“…Não convém acusar Jacob do Bandolim de racismo individual, já que no episódio narrado por Cazes ele é mero agente de um senso comum racista, de um ideal maior que está no imaginário das pessoas, e participa dessasconcepçõesracistasjustamenteporintegraraestrutura.Jacob inclusivefoifigurachavenapesquisadaobradePixinguinha,paraseu acervo e repertório pessoal e com certeza tinha no "pai do choro" uma grande referência. Segundo Almeida (2018), o racismo individualista é tratado no campo da patologia, desvio moral ou irracionalidade, queaparentementenãoéocasodeJacobdoBandolim.Éimportante fazer essa ressalva já que o objetivo não é acusar esse ou aquele sujeito de ser racista, e sim compreender, na estrutura, os processos sofridos pelo choro enquanto gênero, que o levaram de música festiva àconcepçãomaiscamerística,restritaaumseletopúblico.Oelemento racial está dado, mas é estrutural e não individualista. Cabe também fazer a ressalva que, contraditoriamente, Jacob aproximou o choro da linguagem da música de concerto, mas também o aproximou do samba, expressãopopularafro-brasileira,jáquesuascomposiçõesapresentam rítmicas muito sincopadas e "sambadas", para perceber esse fato basta nosatentarmosàdivisãorítmicademelodiascomoBole-bole, Receita de Samba, entre outras.…”