Este ensaio busca analisar os espaços públicos centrais na cidade de São Paulo, entendendo-os como territórios vitais para o encontro, direito de cidadania, das manifestações políticas e das necessidades cotidianas de habitar uma cidade. Mais do que espaços voltados à circulação de pessoas e mercadorias, são valorizados pelo seu potencial sócio cultural. Entretanto, ao abordar as concepções de espaço público de determinadas óticas teóricas das ciências sociais, na cidade capitalista, com destaque para as zonas centrais paulistanas, observa-se a redução em fluxos pragmáticos de velocidade impedindo os encontros de sociabilidade. revelando-se espaços de insegurança, medo, violência com conflitos de diversas ordens. De forma inequívoca e visível os maiores conflitos se concentram em torno de uma questão habitacional e paradoxal, área servida de todos os equipamentos e infraestrutura urbanos, contém imóveis desocupados e ociosos e recebe em seus logradouros, marquises, praças e calçadas, uma população em situação de rua cada vez mais numerosa e ocupações urbanas de pessoas, organizadas ou não, em movimentos de luta por moradia. Essa centralidade paulistana surge como a negativa de moradia para os mais pobres, dois processos simbólicos da exclusão do mercado formal de moradia, evidenciando as falhas das políticas públicas de habitação.