A Inserção do Psicanalista em uma Unidade de Tratamento Intensivo

Abstract

Resumo: Levando-se em consideração a necessidade de publicações que aprofundem a possível articulação entre Psicanálise e Psicologia, juntamente com o fato de que cada vez mais o psicólogo/psicanalista é convocado a compor a equipe multidisciplinar de um hospital, este artigo discute e aprofunda as peculiaridades que permeiam a inserção deste profissional neste campo de trabalho. A partir de autores que tem como viés a leitura psicanalítica e do relato da singular experiência clínica em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), demarcamos a diferença entre entrada e inserção para que o psicólogo/psicanalista efetivamente tenha um lugar de atuação neste contexto. Além disso, chegamos à conclusão de que a produção de saber, a partir da clínica no hospital, pode possibilitar a criação da demanda de saber e, com isso, a inserção do analista via transferência de trabalho. Palavras-chave: Psicanálise, Psicologia, Inserção, Hospitais. The Insertion of the Psychoanalyst in an Intensive Care UnitAbstract: Taking into consideration the need for publications showing the profound articulation between psychoanalysis and psychology, together with the fact that a psychologist/psychoanalyst is often asked to be part multi-professional team in a hospital; this study aims to discuss and to deepen the particularities that involve the insertion of this professional in this work field. Through the analysis of psychoanalytical authors and the brief account of the singular clinic experience in an Intensive Care Unit (ICU), we intended to establish a difference between insertion and entrance, so the psychologist/psychoanalyst can effectively work in this context. Furthermore, we come to the conclusion that the production of knowledge can facilitate the creation of a knowing demand and the insertion of the psychoanalyst, via working transference.

A educação permanente na reorganização da emergência odontológica hospitalar: pesquisa convergente assistencial

“…Na referida equipe, cada profissional deve realizar um diálogo efetivo e constante, a fim de realizar com qualidade o trabalho conjunto , seguindo a práxis de cada profissão, e possibilitando na equipe uma demanda própria de saberes, que convoque a integralidade do cuidado (Coppus & Netto, 2016). Para isto, faz-se necessário que a equipe esteja capacitada e atualizada quanto ao correto funcionamento do serviço e estimulada à reflexão constante sobre suas ações, que seja capaz de encontrar soluções assertivas dos problemas com os quais se depara na práxis, entendendo o compartilhamento de experiências como algo educativo e propulsor de melhorias na qualidade da assistência (Cosme & Valente, 2020).…”

“…Observa-se que o serviço de emergência odontológica no Brasil, ainda não tem papel reconhecido pelos profissionais que atuam no encaminhamento de casos, talvez pelo fato de não possuir legislação específica. Ressalta-se que, embora constituído legalmente, não encontra na legislação suas atribuições legais, exceto em protocolo isolado da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre (Coppus & Netto, 2016;Prefeitura Municipal de Porto Alegre, 2014). O profissional dentista foi inserido no contexto hospitalar em 2010, através da resolução RDC Nº 7, de 24 de Fevereiro de 2010, que inclui um profissional dentista na equipe de Unidade de Terapia Intensiva, a fim de oferecer assistência integral ao paciente internado (Brasil, 2010).…”

O Silêncio Da Morte No Contexto De Uti

“…Diante deste quadro, diversos autores do campo da psicologia hospitalar (Moretto, 2019a;Coppus & Netto, 2016;Vieira & Marques, 2012;Nasio, 2010;Netto, 2009) apontam para a importância de um espaço de fala para que aquele que perdeu um ente querido possa se reorganizar psiquicamente, mesmo que a princípio seja acolhido apenas o silêncio.…”

“…A atitude do homem contemporâneo não é apenas a de negar a morte, mas existe uma tentativa de suprimi-la (Coppus & Netto, 2016;Netto, 2009 acredita-se que, com o seu avanço, será possível a "a-mortalidade" do homem (Zaidhaft, 1990, p. 63).…”

“…Cada qual guiado pela ética que constitui a sua profissão (Vieira & Marques, 2012). Nesse cenário, por vezes surge um outro ator, não menos importante, mas frequentemente mal compreendido: o psicanalista (Netto, 2009 Hospital Saint-Anne (Moretto, 2019a;Coppus & Netto, 2016;Netto, 2009).…”