A economia política da política monetária no Primeiro Governo Dilma: uma análise sobre taxa de juros, convenção e rentismo no Brasil

Abstract

Resumo O presente artigo busca, por meio de um estudo de economia política, aprofundar na análise da condução política monetária do primeiro governo Dilma Rousseff, com ênfase especial para o comportamento da taxa de juros. Com base nas teses sobre dominância financeira da economia política (pós) keynesiana, sobretudo no que concerne aos conceitos de convenção e rentismo, sustenta-se que a redução da taxa nominal de juros acompanhada de uma inflação persistente resultou em um nível de taxa de juros reais abaixo do nível convencionalmente aceito pela população. A partir daí, os setores mais interessados na manutenção da convenção, os setores rentistas e financistas, no afã de retomar o patamar de rentabilidade real, passaram a se organizar em desfavor da política econômica como um todo. Argumenta-se ainda a formação de um processo retroalimentado na economia brasileira, no qual a reação organizada destes setores de oposição resultara no agravamento da crise econômica e política, que por sua vez, fornecera cada vez mais a substância para a atuação destes setores.

Pesquisas estatísticas nem sempre capturam a coerência da relação entre as variáveis dependentes e independentes

“…O Brasil atravessa um novo período de crise econômica devido a Covid-19 e outras que antecederam sem precedentes, além de uma retomada do último ciclo de recessão econômica oriunda desde 2014. De acordo com Nader (2018), nesse período, o Governo Federal adotou a estratégia denominada "nova política", ou então, a robusta "Nova Matriz Macroeconômica" que tinha o objetivo de afrouxar a política monetária e instituir uma política fiscal incentivadora ao investimento. A crise internacional, desde 2008, também influenciou nas variáveis macroeconômicas em concomitância com a pressão inflacionária nacional, a qual se refletiu na taxa Selic que chegou a 11,75%, resultando em uma diminuição do PIB e desvalorização da moeda nacional.…”

Calamidade Pública no Âmbito Financeiro: um estudo sobre suas origens no Estado de Minas Gerais / Public Calamity in the Financial Sphere: a study of its origins in the State of Minas Gerais

“…J. of Bus., Curitiba, v. 3, n. 4, p. 2804-2824, edição especial, ago. 2021 z economia mundial e a desaceleração gradual da economia chinesa, a principal parceira comercial do Brasil (NADER, 2018).…”