É notório o protagonismo que têm assumido, na cena cultural contemporânea, as diversas formas de documentalismo, que, no entanto, não deixam de lançar mão de procedimentos característicos das narrativas ficcionais. Ao mesmo tempo, os bancos de dados vêm ocupando um território cada vez mais significativo, disputando espaço com as narrativas no que diz respeito à maneira de estruturar nossa experiência do mundo. Diante deste quadro, o artigo indaga qual o lugar assumido pela ficção que se propõe como lugar de resistência, discutindo, a partir de obras selecionadas – tais como o romance Prova contrária, de Fernando Bonassi e o filme Hoje, de Tata Amaral –, a relação entre cotidiano e história na representação das tensões sociais.