“…A escolha do recorte decorreu-se do fato de que, com a profunda penetração do neoliberalismo no Brasil, rearranjando as relações sociais, a experiência do sofrimento psíquico passou a ter um novo sentido e o discurso midiático a se comportar como verdadeiras pedagogias de si (SAFATLE; SILVA JÚNIOR; DUNKER, 2020;PELBART, 2016;SAINT-CLAIR, 2012). No campo da comunicação, algumas pesquisas mostraram a estreita correlação entre a nova experiência do sofrimento psíquico e a produção de subjetividade de pessoas que testemunham suas dores e sofrimentos nas redes sociais (PINHEIRO, 2019;VAZ, SANCHOTENE, SANTOS, 2021;2018;VAZ, SANTOS, ANDRADE, 2014). Porém, seria o caso estudar o início dos anos 90 para escavar algumas camadas já sedimentadas nos testemunhos que hoje se proliferam na mídia.…”