2021
DOI: 10.1590/1982-2553202153254
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Da salvação pela fé à cura pela autoestima: as origens religiosas do testemunho de vítima

Abstract: Resumo Nas últimas décadas, observou-se uma explosão do gênero testemunhal nos meios de comunicação ao redor do mundo e sua centralidade para as políticas de identidade contemporâneas. Este artigo propõe que a origem destes testemunhos de vítimas de preconceito, que mesclam terapia e política, remonta às práticas protestantes, especialmente no interior da cultura norte-americana. O percurso genealógico proposto começa nas narrativas de conversão do século XVI, passando pela expansão do Metodismo nos Estados Un… Show more

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“…Isso porque o cristianismo inventou a confissão, na qual permitiu codificar subjetividade e verdade em uma prática discursiva que tinha a função de revelar as faltas e torná-las o próprio ser de quem as enuncia. Pode-se citar, ainda, outras duas práticas discursivas importantes para o Ocidente que o protestantismo, por sua vez, inventou: a autobiografia e o testemunho de fé (VAZ; SANCHOTENE; SANTOS, 2021;2018). Interessa compreender mais especificamente as penetrações do segundo nas práticas comunicacionais, e em contraposição à confissão, uma vez que ele apresenta algumas modificações cruciais para a vinculação do sujeito à verdade.…”
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“…Isso porque o cristianismo inventou a confissão, na qual permitiu codificar subjetividade e verdade em uma prática discursiva que tinha a função de revelar as faltas e torná-las o próprio ser de quem as enuncia. Pode-se citar, ainda, outras duas práticas discursivas importantes para o Ocidente que o protestantismo, por sua vez, inventou: a autobiografia e o testemunho de fé (VAZ; SANCHOTENE; SANTOS, 2021;2018). Interessa compreender mais especificamente as penetrações do segundo nas práticas comunicacionais, e em contraposição à confissão, uma vez que ele apresenta algumas modificações cruciais para a vinculação do sujeito à verdade.…”
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“…A escolha do recorte decorreu-se do fato de que, com a profunda penetração do neoliberalismo no Brasil, rearranjando as relações sociais, a experiência do sofrimento psíquico passou a ter um novo sentido e o discurso midiático a se comportar como verdadeiras pedagogias de si (SAFATLE; SILVA JÚNIOR; DUNKER, 2020;PELBART, 2016;SAINT-CLAIR, 2012). No campo da comunicação, algumas pesquisas mostraram a estreita correlação entre a nova experiência do sofrimento psíquico e a produção de subjetividade de pessoas que testemunham suas dores e sofrimentos nas redes sociais (PINHEIRO, 2019;VAZ, SANCHOTENE, SANTOS, 2021;2018;VAZ, SANTOS, ANDRADE, 2014). Porém, seria o caso estudar o início dos anos 90 para escavar algumas camadas já sedimentadas nos testemunhos que hoje se proliferam na mídia.…”
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