“…Segundo o autor,24 assim como a comida pode ser um local de opressão, também pode ser um local de luta contra o capital e por isso, é essencial compreender a alimentação e o alimento na dinâmica da crítica da economia política capitalista.Para isso, Foster,25 ao resgatar Marx, já nos reavivava que em meio à produção abundante de alimentos, a fome continua sendo um problema crônico e a insegurança alimentar e nutricional é agora uma preocupação premente para muitas pessoas do mundo. É nessa lógica destrutiva do modelo econômico vigente expresso pela sua forma ultraneoliberal26,27 em especial nos países de capitalismo dependente, é que a produção e os padrões de consumo, o seu ancoradouro de exploração, expropriação, crescimento de desigualdades, precarização do trabalho e lógica de socialização dos prejuízos e privatização do lucro tem sido a tônica. Essas são as características do projeto de destruição (humana e do ambiente) que está em curso, cujo alvo é o aniquilamento das possibilidades humanas de existência digna, de construção de solidariedade e justiça social, que tem no alimentar-se a forma de se reproduzir a partir da sua lógica de dizimar pessoas.…”