A aprendizagem da escrita e a escolaridade materna

Abstract

Objetivo investigar a escrita de crianças e a relação com o grau de instrução materno. Métodos as mães das crianças responderam a uma entrevista com a finalidade de conhecer seu nível de escolaridade, além de outros aspectos socioculturais. Em seguida, a escrita das crianças foi avaliada segundo o Roteiro de Observação Ortográfica de Zorzi (1998), composto por ditados de palavras, frases e textos, assim como produções textuais, utilizando-se o gênero narrativo, a partir de temas pré-estabelecidos. Foram avaliadas 30 crianças, todas matriculadas no 3º ano do ensino fundamental de uma escola municipal da cidade do Recife. Os dados foram tabulados em uma planilha do software de análise estatística SPSS. Resultado observou-se que 20% das crianças ainda não atingiram o nível alfabético do desenvolvimento da escrita, o que é um aspecto importante, considerando que no 3º ano as crianças já devem estar consolidando a leitura e escrita funcionais. Foram observadas correlações significantes entre a escolaridade materna e a aquisição do esquema narrativo de histórias, assim como entre a escolaridade materna e os hábitos de leitura das mães. Uma análise dos erros ortográficos revelou que as crianças cometiam os mesmos tipos de erros já observados em outras populações, apenas com uma frequência maior. Crianças que produziram as narrativas mais estruturadas foram as que cometeram mais erros ortográficos, o que comprova que o erro ortográfico é inerente ao processo de aquisição da escrita e não constitui obstáculo à produção textual. Conclusão a aprendizagem da escrita sofre influência de fatores sociais, como a escolaridade materna. Tais aspectos necessitam ser considerados na avaliação e diagnóstico fonoaudiológico, assim como nas práticas educativas oferecidas pela instituição escolar.

Ortografia dos fonemas /l/ e /ɾ/ em posições complexas na escrita infantil: uma análise comparativa

“…The possible action (or conjunction) of these two factors -phonological characteristics of the syllable and traditional literacy practices -confirms results of studies on children's writing (12)(13)(14)(15) who have been calling attention to the fact that, although evidently related, aspects of speech do not have direct relations with aspects of spelling. The present study shows that, although restricted to the orthographic record of only two of the phonemes of the BP, the child's written product results from its insertion both in oral social practices (from which the child recovers aspects of speech) and in literacy social practices (from which it recovers aspects of how writing is shown or taught/learned).…”

“…In the first trend, spelling is not mentioned or, when mentioned, it is very little described (15,16) . In other words, this trend emphasizes errors as indicators of orthographic performance, without considering their percentage of occurrence regarding the total possibilities of the categories to which they refer.…”

“…In the second trend, a tripartition is identified between studies that address the relationship between right and wrong: (i) without typifying the error (17) ; (ii) typifying the error (18,19,20) ; and (iii) pointing out the existing gradient in the typification, although without this gradient being analyzed (21,15,22) .…”

Avaliação Da Leitura E Escrita No Contexto Da Alfabetização: Um Estudo Das Pesquisas Nacionais

“…A segunda subseção com uma maior quantidade de trabalhos foi intitulada avaliação do desempenho dos estudantes e representa 25% dos artigos. Nessas investigações, os autores fizeram uso de diferentes instrumentos para avaliar o desempenho em leitura e escrita dos estudantes, estabelecendo comparações entre diferentes anos escolares e a média de acertos de acordo com a seriação, comparações entre escolas públicas e escolas privadas, ou, ainda, associações entre fatores sociais que influenciam na aprendizagem, dentre outros aspectos (CAPELLINI et al, 2012;CÔRREA et al, 2018;FERREIRA et al, 2014;GONÇALVES;CAPELLINI, 2010;CAPELLINI, 2010;GERMANO;CAPELLINI, 2016;SALLES et al, 2013). Nesta subseção, destaca-se a presença de artigos da área da Fonoaudiologia, assim como de autores de um mesmo grupo de pesquisa.…”