Sintomas depressivos maternos no puerpério imediato: fatores associados

Abstract

Resumo Objetivo Investigar a prevalência e fatores de risco para sintomas depressivos maternos no puerpério imediato. Métodos Estudo transversal, realizado com 1099 puérperas. A presença de sintomas depressivos maternos foi obtida com a escala de Depressão Pós-natal de Edimburgo, aplicada no segundo dia após o parto, adotando-se como ponto de corte escore ≥10. Os dados foram coletados em Botucatu-SP, no período de janeiro a junho de 2012. Fatores associados aos sintomas depressivos foram inicialmente investigados por regressão logística múltipla e aqueles associados em nível de p<0,20 foram incluídos em modelo de regressão final, considerando-se nível crítico de significância p<0,05, com intervalo de confiança de 95%. Este estudo foi aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa e atendeu às recomendações para pesquisas com seres humanos. Resultados A prevalência de sintomas depressivos foi de 6,7%. Uso de medicação antidepressiva na gestação, violência sofrida na gestação e cesariana associaram-se a sintomas depressivos no puerpério imediato em duas, quatro e duas vezes, respectivamente. Conclusão Especial atenção deve ser dada às mulheres usuárias de medicação antidepressiva, àquelas que sofreram violência na gestação e às que evoluíram para cesariana, visto que esses eventos foram identificados como fatores de risco de sintomas depressivos.

Qualidade de vida e sintomas indicativos de depressão no puerpério

“…Em pesquisas, índices de sinais indicativos de depressão no puerpério variaram de 4,7 a 53,3% das mulheres [22][23][24][25][26] . Houve variação de 0,7 a 4,7% dos casos classificados como sinais severos de depressão 22,23 .…”

Fatores de risco para a depressão pós-parto e intervenções de enfermagem para a prevenção / Risk factors for postpartum depression and nursing treatments for prevention

“…Dentre os artigos analisados, o tema violência foi recorrente. A violência é um dos fatores de risco associado a origem da depressão, por isso as ações voltadas a esta categoria devem receber atenção (32) . Para muitas mulheres, o ciclo gravídico-puerperal é a única oportunidade de estabelecer contato e vínculo com a unidade de saúde (6) .…”

“…Além disso, estes profissionais devem estabelecer medidas, com o intuito de prevenir estes sintomas no pré e pós-parto e minimizar as implicações na relação mãe e filho (32) .…”

Influência de variáveis do período pós-parto na qualidade de vida de puérperas

“…A partir da revisão da literatura, constata-se que o período puerperal possui especificidades que precisam ser consideradas na assistência [1][2][3] . A adaptação pós-parto pode interferir na QV das mulheres, já que é um período caracterizado pelo surgimento de drásticas alterações fisiológicas e psicológicas.…”

“…O puerpério ou pós-parto corresponde ao período de alterações físicas, psíquicas e sociais originadas pela gravidez e parto na mulher, que tendem a voltar à normalidade da situação não-gravídica. Inicia-se após o descolamento da placenta, mas seu término é indeterminado e individualmente variável, estendendo até um ano após o nascimento 1 Nesse período, as mulheres experimentam uma série de mudanças em sua rotina que vai desde a privação de atividades até a perda de autonomia, já que a parentalidade exige que a mãe se comprometa com o cuidado com o recém-nascido (RN) 2 .…”