A carnavalização do museu e as peripécias de Mamãe: considerações em torno de objetos museológicos, de performances culturais e de espaço urbano

Abstract

Resumo Este artigo visa contar resumidamente a trajetória de um objeto museal do Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore, em Alagoas, e, a partir disso, levantar questões referentes à documentação e à conservação de objetos museológicos que fogem ao convencional, mas que participam ativamente da vida social das cidades nas quais se inserem. Para isso, serão discutidas as performances de um objeto na cidade de Maceió, abordando também os desafios resultantes em relação à sua conservação e à sua documentação. Finda por apontar algumas indicações preliminares para solucionar os desafios da documentação e da conservação de acervos, sem perder de vista que a preservação do conteúdo informacional e do significado social e simbólico dos objetos é tão ou mais importante do que a manutenção de sua aparência física.

For an Amazon From Amazonian Views: Reflections and Resistance

“…As they witnessed a daily life not linked to productivism, reconciled with the rhythm of nature and free from the moral paradigms of Catholicism, Europeans judged them as barbaric and backward, in order to construct prerogatives that subjugated them to the mercantilist Christian universality of the time. Thus, due to their extensive knowledge of the local environment, the natives were subjected to European demands for natural resources, therefore inaugurating the "first economic cycle" in the Amazon, the so-called extraction of "Country side drugs" (OLIVEIRA, 1988).…”

“…The church also played a crucial role in this colonization, by founding Jesuit missions, the clergy separated the indigenous people from their culture and language, with the aim of making them devotees of Catholic dogmas, "saving" them from paganism. However, despite these constant violations, this process was marked by intense rebellions and escapes by natives who resisted these series of impositions (OLIVEIRA, 1988).…”

Sozinhos, mas nem tanto: memórias e lutas contra o isolamento numa comunidade pesqueira no litoral Nordeste da Amazônia paraense (1960-2020)

“…Apenas no século XX, a ação das políticas desenvolvimentistas para a Amazônia inaugurou, nos anos 1960, uma comunicação terrestre, com o Centro-Sul do País, especialmente, com a Capital Federal, a qual havia sido transferida para Brasília. O impacto gerado pela abertura dessas estradas, nesse período, foi enorme, em especial, para as populações indígenas, o que gerou conflitos variados e um acelerado processo de aculturação e dizimação de alguns desses povos (OLIVEIRA, 1988).…”

“…O escoamento da produção extrativista e o transporte de pessoas eram feitos em embarcações que percorriam os rios, enseadas, furos e canais marinhos da região, levando e trazendo pessoas e produtos que basteciam os pequenos comércios locais, ou simplesmente fazendo o comércio próprio, de tempos em tempos. A inexistência de outra forma de transporte que não o fluvial era um dos fatores que dificultava a ocupação da região (OLIVEIRA, 1988).…”

Produção e cultura

“…alheios ao seu entorno sociocultural, aos problemas vividos no dia a dia urbano, aos acontecimentos que afetam a vida da comunidade, às reivindicações dos diversos segmentos sociais" (Oliveira, 2018, p. 434). Justamente sobre o tema da relação museu-comunidade, uma segunda resenha publicada nesta edição, é instrumental na compreensão dos argumentos de Oliveira (2018). Britto e Santos Junior (2018) indicam a importância da obra de Hugues de Varine para o entendimento de uma vertente museal que busca andar de braços dados com as comunidades onde se inserem as casas-guardiães de cultura.…”