Os Kaingang de São Paulo, entre os séculos XIX e XX, sofreram diversas ocupações no seu território pela frente de expansão colonialista. A deturpação de antigos cemitérios foi recorrente, mas alguns remanescentes foram parcialmente preservados e se encontram dispersos pelo Estado de São Paulo. Aqui se procurou rever, a partir da literatura, o potencial informativo desses acervos. Foram encontradas referências a 21 montículos funerários Kaingang, 11 destruídos, 2 preservados e 8 em estado de preservação indeterminado. O espólio votivo de 10 túmulos indica que eles datam entre os séculos XIX e XX. O registro arqueológico revelou práticas funerárias anteriormente relatadas em dados históricos e etnográficos dos Kaingang de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. Conclui-se que apesar desta natureza de exumação, eles podem ainda contribuir para a história recente Kaingang e talvez trazer novas perspectivas sobre a realidade dessas comunidades durante os dois últimos séculos.