O objetivo deste artigo é descrever e analisar o processo de nasalização heterossilábica da vogal baixa [a] nas variedades de português faladas em São Tomé e Príncipe (STP): o português vernacular santomense e o português vernacular principense. STP é um país multilíngue onde, além do português, são faladas línguas crioulas, dentre as quais o santome e o lung'Ie. Com base em uma abordagem metodológica experimental, realizamos análises acústicas e perceptuais que abarcaram a mensuração da duração dos segmentos sob análise, assim como a mensuração dos formantes que os compunham. Esse exame foi acompanhado por uma análise fonológica que considerou aspectos como acento e formação do pé dos itens nos quais a nasalização heterossilábica foi implementada. Os resultados indicam que a nasalização heterossilábica é opcional para a vogal baixa em posição tônica, demarcando uma diferença em relação ao português europeu e brasileiro, variedades nas quais esse processo é obrigatório em contextos similares. Este resultado demonstra uma aproximação em relação às línguas autóctones e caracterizam as variedades estudadas como singulares.