Cuidados Paliativos: Prática dos Médicos da Estratégia Saúde da Família

Abstract

RESUMO Com o avanço do conhecimento científico e aumento da expectativa de vida, criou-se a ilusão de que o ser humano é imortal. Ademais, existe uma deficiência na educação médica atual, que forma profissionais tecnicistas e sem preparo para cuidar de um paciente com doença grave e incurável. Por volta da metade do século XX, surgiram movimentos voltados para a humanização dos atendimentos em saúde, que levavam em consideração a integralidade do indivíduo. Cuidado paliativo é uma abordagem que melhora a qualidade de vida de pacientes e familiares diante de doenças que ameacem a continuidade da vida, por meio do alívio do sofrimento, tratamento da dor e de outros sintomas de natureza física, psicossocial e espiritual. Considerando que esse tipo de cuidado pode ser oferecido em diferentes contextos, ressalta-se que a Atenção Primária em Saúde é uma possibilidade recente para a assistência em cuidados paliativos. Entretanto, ainda existe uma dificuldade dos serviços de Atenção Primária no Brasil em oferecer essa modalidade de assistência. Assim, a pesquisa teve como objetivo compreender a percepção dos médicos da Estratégia Saúde da Família acerca dos cuidados paliativos. Trata-se de estudo descritivo, com abordagem qualitativa, em que foi utilizada a metodologia da análise temática. Os participantes foram 16 médicos que atuam nas Unidades Estratégia Saúde da Família do município de Lavras, Minas Gerais. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada. Com base na análise dos dados identificou-se que os médicos possuem conhecimento incipiente sobre o conceito de cuidados paliativos e que, embora tenham tido algum tipo de experiência com esse tipo de paciente, apresentam dificuldade para abordá-lo de maneira holística. Isto se deve, principalmente, à deficiência na formação acadêmica, que ainda privilegia o conhecimento biomédico e a cura das doenças em detrimento do alívio do sofrimento humano. Conclui-se que é imprescindível abordar o tema durante a formação médica, bem como discuti-lo entre os profissionais já atuantes nos serviços de saúde para que seja possível proporcionar melhor qualidade de vida e de morte.

O Papel da Medicina de Família nos Cuidados Paliativos

“…Desta maneira, ao iniciarem a atuação profissional estarão aptos para um desempenho eficiente, eficaz e humanizado, já que vivenciaram diversas situações que contribuiram para sua qualificação profissional humanizada. [3][4][5][6][7][8][9] Sobretudo, sabemos que são poucos os especialistas para atuar na APS com os CP, e por este motivo os poucos especialistas são absorvidos pelo SUS, nota-se a probabilidade do setor privado de saúde intensificar a busca por MF, que anteriormente era um atendimento quase em sua totalidade realizado pelo SUS, salvo algumas exceções conforme o perfil do plano ou seguro de saúde contratado pelo paciente através do setor privado. Em suma, os profissionais capacitados para atuar com CP, aos poucos, estão migrando para o setor privado, o que leva a vislumbrar um possível colapso no SUS.…”

“…Ao longo de décadas com o apoio e investimentos em pesquisas foi possível à ciência, aliada à tecnologia, que desenvolvesse procedimentos, tratamentos e medicamentos ampliando a expectativa de vida e até a cura de algumas doenças até então consideradas letais, em um passado não tão distante. [3][4] Há mais de três décadas, o Brasil possui dois sistemas de saúde, o SUS e o setor privado. Em 1981, o Ministério de Educação (MEC) reconhece a Medicina de Família e Comunidade como especialização, inicialmente com o nome de Medicina Geral Comunitária (MGC), e assim, o profissional com especialização passa a ser absorvido pelo SUS, no entanto, em breve o MF será levado para o setor privado, em virtude da grande comercialização de planos e seguros de saúde.…”

Integrando extensão, educação, pesquisa e promoção de saúde: relato de experiência em dois bairros da cidade de Curitiba

“…Tatuq 2017 10Tatuq 2018 14Tatuq total (2017+2018) 24 Educação Física, reitera-se como a vivência da extensão universitária, em que a pesquisaação norteia o ensino e a própria extensão, pode ampliar grandemente a capacitação desses estudantes, compensando as lacunas relatadas em diversos estudos. 8,9,10,11,15 Além de estarem comunicando diretamente à população vários dos conceitos teóricos aprendidos em seus cursos universitários, os estudantes lidavam com a realidade social efetiva das crianças e adolescentes. Mais ainda auxiliavam na obtenção de informações de pesquisa sobre essa realidade para melhor saber lidar com ela e, com vistas a auxiliar na sua transformação e na ampliação da noção cidadã dos envolvidos, reforçando o papel enriquecedor da extensão nesse aspecto.…”

“…Por exemplo, um estudo descritivo, com abordagem qualitativa e análise temática, envolvendo 16 médicos de Unidades Estratégicas de Saúde da família de Lavras, MG, expôs uma formação acadêmica que privilegia o conhecimento biomédico e a cura de doenças, em detrimento do preparo para o cuidado paliativo e efetivo estabelecimento de vínculo com pacientes terminais e familiares. 8 Outros estudos também têm sugerido a importância da educação no sentido da prevenção de doenças, do vínculo entre o profissional de saúde e os usuários do SUS, da integralidade do cuidado, da transversalidade nas ações das ESF (estratégias de saúde da família) como conceito-ferramenta para ampliar a concepção dos processos de trabalho das equipes de saúde, de forma a de fato incorporar o conceito ampliado de saúde e autonomia da população. 9,10,11 Um interessante estudo de natureza descritiva e reflexiva, realizado em 2014, relatou quão positiva foi uma experiência de cuidado ampliado produzida na intersecção entre saúde, educação popular e atividades artísticas (música e teatro), junto com as pessoas internadas em tratamento de tuberculose no Hospital Sanatório Partenon, em Porto Alegre, RS e apoiou-se no quadro teórico da Vulnerabilidade e Direitos Humanos e da Educação Popular em Saúde.12 Em contexto não hospitalar, outras atividades que elevem a autoestima, a qualidade de vida e o bem-estar dos participantes, como por exemplo, a prática de atividade física e de meditação podem atuar na prevenção e até mesmo no tratamento de doenças.…”

Conhecimento e autoeficácia em cuidados paliativos dos enfermeiros da Atenção Primária à Saúde

“…Estratégia Saúde da Família em um município do sul de Minas Gerais evidenciou que a AB é o principal local para prover CP, uma vez que se baseia no cuidado humanizado, integral e longitudinal e no estabelecimento de vínculo com os pacientes e suas famílias (Ribeiro, Poles, 2019).…”