Um Olhar para a (Re)Constituição de Práticas Culturais de Estudantes com a Internet em um Ambiente Híbrido

Abstract

Resumo Práticas de ensinar e aprender possuem características específicas dos contextos em que são constituídas, entretanto, em ambientes que oferecem acesso à Internet , são comuns práticas que as ignoram. Diante disso, o objetivo deste artigo é identificar características e contribuições da (re)constituição das práticas culturais de estudantes com a internet em um ambiente híbrido . A investigação, de natureza qualitativa, ocorreu em uma turma da primeira série do Ensino Médio de uma Escola Técnica Estadual, em Nova Odessa (SP), onde foi constituído um ambiente híbrido para o estudo do conceito de Função. Os dados foram produzidos em ambiente online de aprendizagem ( Facebook ) e em encontros presenciais. A análise narrativa foi adotada para a interpretação e análise dos dados produzidos em episódios de quatro dias letivos, sob a perspectiva da complexidade. A principal característica identificada foi a emergência de coletivos de aprendizagens com práticas que envolveram habilidades de pesquisar e negociar sentidos sobre as respostas produzidas pelos estudantes. A compreensão da (re)constituição das práticas culturais no ambiente híbrido contribui para que ações docentes e tomadas de decisões considerem as habilidades e necessidades dos estudantes e para que modelos híbridos não sejam adotados como suficientes.

Cyberformação e vídeos digitais no ensino de matemática

“…Além disso, todo o período do curso foi marcado por muitas mudanças e pelas adaptações ao ensino remoto, tanto nas práticas do curso quanto nas práticas docentes das/dos integrantes. Sob a perspectiva de Barros (2019), observo que essas práticas foram se (re)constituindo na medida que novas ferramentas tecnológicas iam sendo desenvolvidas (como, por exemplo, o recurso de gravação do Google Meet, que permitiu que as/os docentes que não puderam estar "presentes" nos dias dos encontros assistissem as discussões disponibilizadas pelas gravações) ou com as novas determinações do governo do estado. Nesse novo contexto, todas/todos nós precisamos repensar e revisitar nossas práticas, em um movimento de (re)constituição dos caminhos de aprendizagem e ensino da matemática (BARROS, 2019), evidenciando a fluidez e constância do processo de forma/ação (BICUDO, 2003) docente de professoras e professores que ensinam matemática.…”

“…Para ele, mudanças nas posturas e nos papeis de docentes são primordiais para que os processos de aprendizagem mudem de forma qualitativa. Frente a isso,Barros (2019) destaca assuntos interessantes pelo YouTube(BARROS, 2019, p. 184-185) Podemos dizer, então, que as ações docentes se tornam ainda mais imprescindíveis nesse novo cenário, mas não apenas como sendo as pessoas que detêm o conhecimento, pelo contrário. As/os docentes vão atuar para que suas/seus estudantes sigam seus caminhos em direção ao conhecimento Para algumas/alguns docentes, as aulas expositivas, seguidas de exercícios de repetição, pareciam não fazer mais sentido, além do fato que muitas redes e instituições de ensino criaram aplicativos que serviam como repositórios de videoaulas e promoviam a organização do ensino e instâncias para a formação docente.…”

A comunicação em um cenário para investigação

“…O fato de fazer parte desse grupo e me colocar aberta para aprender e reaprender me permitiu, no início de 2015, viver o desafio de dividir minha sala de aula de 1.ª série do Ensino Médio noturno com a professora Ana Paula Rodrigues Magalhães de Barros. Tratavase do desenvolvimento da pesquisa de doutorado da professora (BARROS, 2019), na qual as aulas foram conduzidas em um ambiente híbrido, permitindo discussões que permeavam interações que aconteciam dentro e fora da própria sala de aula. Decidimos iniciar o ano letivo com o conteúdo de função e, para tanto, optamos por discutir a relação de interdependência entre grandezas.…”