Este artigo trata de um estudo sobre o processo de feminização do magistério primário no Brasil, que incorporou na formação docente oriunda da Escola Normal a docência como característica e atribuição do gênero feminino. Dessa forma, esta investigação buscou analisar o modelo de professora idealizado pela Escola Normal nas décadas de 1940 e 1950 por meio da trajetória docente da professora Maria Salete van der Poel, que atuou no Ensino Primário na década de 1950. Metodologicamente, é uma pesquisa documental realizada a partir da legislação educacional e de produções biográficas e (auto)biográficas da professora que foram analisadas e interpretadas à luz do referencial teórico deste estudo. O estudo constatou que Maria Salete van der Poel tinha em suatrajetória docente no Ensino Primário marcas do modelo de docente idealizado na década de 1950 pela Escola Normal, visto que a professora era mulher, solteira e atuava com os métodos da Escola Nova.