Corpos transmasculinos, hormônios e técnicas: reflexões sobre materialidades possíveis*

Abstract

Resumo Neste artigo, propomo-nos a pensar a partir da noção de uma rede sociotécnica na qual hormônios e outras técnicas se articulam afetando e efetuando os corpos transmasculinos, coproduzindo movimentos e realidades vividas para além do que a Medicina define e entende sobre esses corpos. Vivendo (n)as controvérsias do sistema de saúde, as pessoas trans materializam corpos que não integralmente reconhecidos em sua plenitude humana, política e social.

Transphobia as a social disease: discourses of vulnerabilities in trans men and transmasculine people

“…In this regard, it is noteworthy that, in the definition of trans man and transmasculine person adopted by the researchers, there is no reference to biological sex. Such definitions were drawn up anchored in the scientific literature on the subject ( 12 ) .…”

A transfobia como doença social: discursos de vulnerabilidades em homens trans e pessoas transmasculinas

“…Sob esse aspecto, ressalta-se que, na definição de homem trans e de pessoa transmasculina adotada pelos pesquisadores, não há qualquer referência ao sexo biológico. Tais definições foram elaboradas ancoradas na literatura científica acerca da temática (12) .…”

Criar um mundo pra si: agenciamentos de cuidado de pessoas trans, travestis e não-bináries para uma vida possível

“…As médicas que atenderam Ju e Alex não foram as únicas que tiveram dúvidas sobre os detalhes da hormonização para corpos transmasculinos. De Souza (2020) também encontrou essas dúvidas ao entrevistar uma profissional do ambulatório trans da Universidade Federal de Uberlândia, que apontou que, na Portaria nº 2.803/2013 do Processo Transexualizador, há uma menção a "hormonioterapia" ou "terapia medicamentosa hormonal", mas sem qualquer prescrição específica e sem definição de que tipo de hormônio deve ser utilizado. A autora também reforça que a ausência do hormônio a ser utilizado torna-se um elemento complicador para se reivindicar na rede pública.…”