C om o advento da noção de cidadania, a partir do século XX direitos fundamentais passaram a ser prestados aos pobres pelo Estado de Bem-Estar Social (De Swaan, 1988). A ampliação dos serviços aos vulneráveis foi acompanhada da construção de identidades estigmatizantes e de controles comportamentais dos "beneficiários" (Bourdieu, 2014; Fassin et al, 2013;Foucault, 1999; Schneider e Ingram, 2005), criando gestões específicas a depender do grupo social administrado (Aguião, 2017). Essa vivência da gestão pública pode ser evidenciada por categorias vocalizadas pelos quadros burocráticos.Por isso, Categorizando usuários "fáceis" e "difíceis", artigo publicado na Revista Dados, em novembro de 2020, por Gabriela Spanghero Lotta e Roberto Rocha Coelho Pires, é contribuição aos que analisam a gestão pública pelas dinâmicas micropolíticas das burocracias.