Crescendo pessoas, relações e lugares: experiências cabo-verdianas sobre família e mobilidade

Abstract

ResumoO contexto cabo-verdiano (no passado e no presente) é caracterizado por uma forte relação entre família e mobilidade, sugerindo que as práticas e concepções locais sobre parentesco não se esgotam no sangue, nem na partilha de substância em situação de co-presença. Partindo da minha experiência etnográfica entre mulheres cabo-verdianas na cidade italiana de Nápoles, o objetivo deste texto é refletir sobre a maneira como mobilidade e parentesco se relacionam na prática, assim como sobre as repercussões que a análise do caso cabo-verdiano pode ter sobre os estudos de parentesco na antropologia.Palavras-chave: Cabo Verde,

Ciências Sociais Hoje: Antropologia

“…Não obstante essas críticas, parte das pesquisas sobre migrações realizadas na última década continuou se beneficiando tanto da perspectiva transnacional quanto dos estudos de gênero, família e parentesco 17 , bem como dos debates sobre trocas econômicas, afetivas e materiais na antropologia 18 . Olhando para os idiomas nativos de conexão e "desnaturalizando" concepções de família e parentesco, diversos estudos associam movimentos migratórios à circulação de pessoas, objetos e afetos, colocando em relevo a mútua constituição entre projetos migratórios e familiares e a emergência de novas dinâmicas sociais, em que ganha centralidade uma ampla rede de parentes e uma pluralidade de práticas de cuidado e co-habitação (Bongianino, 2015;Jardim, 2007;Lobo, 2011;Kebbe;.…”