A partir da experiência de um estudo antropológico que consistiu na confecção de uma pesquisa de doutorado sobre a recepção da transexualidade nas mídias digitais, o presente artigo tem como objetivo descrever sobre os procedimentos de imersão em plataformas on-line, do mesmo modo, refletir a prática e o comportamento on-line do/a antropólogo/a de ser um/a observador/a oculto/a digital. Para tal, descrevo de forma mais detalhada sobre como foi proceder durante quatro anos em campo on-line fornecendo reflexões sobre a observação antropológica no campo digital e seus artefatos de pesquisa para a sua realização. A sociedade e a cultura têm sido marcadas e intensificadas pelas mídias digitais; é o anúncio do digital constituindo a vida cotidiana. Frente a esse cenário, descrever o campo on-line, observar o digital e refletir sobre as relações sociais intermediadas por uma tela de computador ou de celular têm sido, cada vez mais, um exercício recorrente e desafiante para os estudos sócio- antropológicos.