Psicanálise E Binaridade De Gênero: Um Debate À Luz Da Sexuação Lacaniana

Cossi, Rafael Kalaf

doi:10.1590/1809-44142019003006

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“…Diversos autores contemporâneos, em sua pluralidade de estilo e visão, dedicaram trabalhos para dialogar nessa fronteira mais marcada com o político e o social (Ambra, Silva Jr., & Laufer, 2019;Copjec, 2012;Cossi, 2019;Leguil, & Fajnwaks, 2015;Porchat, 2014).…”

Section: Teorema De Borel-lebesgue: Uma a Umaunclassified

Sexuação segundo Jacques Lacan: o Um, o Outro e o Ser

Santos¹

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Este trabalho teve por objetivo compreender o estatuto formal do masculino e do feminino segundo a negatividade ontológica que constitui o sujeito teorizado por Jacques Lacan.Analisaram-se obras do autor entre 1971 e 1973, momento cujas coordenadas epistemológicas configuram o que será nomeado "sexuação" em 1974. Constatou-se que o sexual é o próprio equívoco material da linguagem, onde o pulsional manifesta o paradoxo que define o significante, referido à unidade sem identidade, sustentado na diferença recíproca sendo diferente de si mesmo. "Homem" e "mulher", o "dois" constitui os lados fracassados desta mesma contradição, a possibilidade de oposição que o simbólico institui pela impossibilidade.Discutiu-se como a psicanálise pode sustentar uma dualidade não identitária à luz da disparidade ex-sistencial que exibe o impasse ontológico do ser sexuado.

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Section: Teorema De Borel-lebesgue: Uma a Umaunclassified

Sexuação segundo Jacques Lacan: o Um, o Outro e o Ser

Santos¹

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“…Além disso, é possível localizar uma indisposição de parte da comunidade psicanalítica em debater com as novas transformações da sexualidade por considerarem que a psicanálise não trata de "gênero". Essa postura não demonstra outra coisa senão uma falácia, já que a introdução do conceito de gênero em seu uso associado à sexualidade foi feita pela primeira vez por um psiquiatra e psicanalista americano chamado Robert Stoller na década de 1960 e, posteriormente, foi sendo absorvido pelos estudos feministas estadunidenses e ganhando força por lá (AMBRA, 2022;COSSI, 2018b;. Uma das questões de maior peso seria justamente a dessexualização do sexo e da sexualidade ao se introduzir o conceito de gênero e retirar essa marca do sexual na própria constituição semântica do problema.…”

Section: Falando Sério Não é Fácil Indicar O Que Constitui O Conteúdo...unclassified

Problemas de sexo: da ontologia à epistemologia em psicanálise

Prioste

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Acredito que uma pesquisa não se faz em um processo solipsista de produção individual assujeitada em si mesma. Da mesma forma, produzir uma pesquisa em ciências humanas se assemelhou muito à disposição multifacetada do objeto escolhido. Este trabalho não poderia ser iniciado, produzido ou finalizado nesses anos se eu não estivesse situada e apoiada neste arquipélago de pessoas durante os tempos árduos de digestão teórica e escrita.Assim, primeiramente, gostaria de agradecer a Pedro Ambra, querido orientador que topou persistir nessa empreitada que se mostrou uma grande avalanche de baldes de água fria a cada semestre que passava. Que, às voltas com as reviravoltas do problema, não tardou em se fazer presente em momentos de muita dificuldade, de travas de escrita, de impasses conceituais. Por mostrar ser possível esse espaço de escuta e de pertencimento à uma psicanálise que não se fecha à sua contemporaneidade, que sustenta um posicionamento crítico e leve ao mesmo tempo. Obrigada, Pedro.Agradeço a Paulo Beer por ter sido um coorientador informal durante todo o processo de escrita, e que se fez presente em momentos que parecia que não havia como avançar ou retroceder na pesquisa. Obrigada por proporcionar aberturas a formas concisas, críticas e firmes de se transformar pensamentos que se mantém em constante construção. E também por me ajudar a traduzir muitas das angústias que não consegui nomear sozinha. Sem você, a inquietação dessa pesquisa não seria materializada em palavras escritas.Agradeço à Léa Silveira e à Beatriz Santos pela leitura concisa e pelos apontamentos rígidos e precisos no exame de qualificação. Foram contribuições preciosas que ressoaram ao longo de todo trabalho. Agradeço também à Manuela Mucuri que, no meio de sua própria pesquisa e desenvolturas da vida, arranjou tempo para me pontuar caminhos e posicionamentos melhores sobre os estudos de perversão. E agradeço à Nelson da Silva Júnior por ter sido essa porta de entrada para a pós-graduação, para o PST e para o IP-USP.Agradeço, então, aos meus pares de troca do grupo da pós-graduação por todos esses anos. À Camila Geoffroy, Giovana Scarpari, Lucas Labanca, Renata Gonçalves e Luz López por proporcionarem trocas e debates desde o início do mestrado, e a Caio Pandini, Gabriela Rodrigues, Gustavo Soares e Marília Calderón por contribuírem ainda mais com novos olhares quando passaram a integrar o grupo. Gostaria de agradecer especialmente à Aline, por ter sido uma grande surpresa e um presente do mestrado, uma amiga sempre à disposição para questionar, surtar e oferecer apoio. E à Jay por ter quebrado as barreiras da academia e da vida profissional e ser essa amiga sempre presente no cotidiano, na vida, no consultório, nas manifestações e lutas políticas, nos almoços de desespero e nos cafezinhos da tarde de muita paz e planejamento. Obrigada demais, gente. À Jú, Qui, Pati e Rê, por me aguentarem durantes os encontros inusitados entre as sessões, nos happy hours, brunchs, almoços corridos, festas juninas, tardes chuvosas e domingos de sol e por...

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“…Nesta normatização, um menino bem-sucedido em sua masculinidade é aquele que consegue se desidentificar da feminilidade da mãe e adota a vertente masculina do Édipo freudiano, toma o pai como objeto de identificação. Torna-se evidente que a heterossexualidade enquanto fim é essencialmente tomada como um dado a priori da normalidade (Cossi, 2018). 5 "O contemporâneo não é apenas aquele que, percebendo o escuro do presente, nele apreende a resoluta luz; é também aquele que dividindo e interpolando o tempo, está à altura de transformá-lo e de colocá-lo em relação com os outros tempos, de nele ler de modo inédito a história, de 'citá-la' segundo uma necessidade que não provém do seu arbítrio, mas de uma exigência à qual ele não pode responder.…”

Section: Introductionunclassified

O enigma plural do gênero

Carvalho

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À orientadora Marina Ribeiro, pela aposta na nossa parceria. Sua orientação sábia, profunda e bem-humorada criou um terreno de amorosidade e confiança fértil para a produção intelectual. Agradeço a liberdade concedida na escrita e no pensamento, sendo uma referência inspiradora na pesquisa e no ensino.Ao Luiz Carlos Tarelho, pela parceria de longos anos, a quem muito admiro pela agudeza e profundidade de leitura no campo. Por ter me ajudado na compreensão daqueles textos mais densos e enigmáticos de Laplanche de modo cuidadoso e paciente. Pelas conversas enriquecedoras e valiosas contribuições para meu desenvolvimento profissional e formação do meu pensamento. Pelo incentivo, confiança e amizade.Ao Thamy Ayouch, pelas significativas contribuições durante o exame de qualificação, que expandiram horizontes e enriqueceram minha compreensão sobre as questões de gênero e psicanálise. Sua ousadia intelectual e a agudeza de seus textos têm sido fontes fundamentais de inquietação e estímulo em minha trajetória de pesquisa.À Camila Peixoto Faria, expresso minha profunda gratidão pela leitura atenta, cirúrgica e cuidadosa. E também pela disponibilidade em participar deste momento de conclusão do meu doutorado.Ao Fábio Belo, agradeço a leitura, gentileza, e a pronta disposição em discutir minhas ideias. Grata por seus textos, tão teoricamente densos quanto poéticos, que me inspiram a pensar. Ao Fellipe Lattanzio, agradeço sinceramente pela oportunidade de dialogarmos sobre este tema que nos é tão caro, e pela valiosa contribuição que nossa interação trouxe e continua trazendo às minhas reflexões Grata também por sua produção, exposição de problemas e argumentos que gosto muito de pensar.Aos amigos queridos do grupo de pesquisa, por todos os anos de convivência, parceria frutífera e amizade. Além das potentes trocas intelectuais, vocês foram um ambiente de amorosidade, cuidado e acolhimento, participando ativamente das discussões, incentivando, criticando, sugerindo, acolhendo e celebrando cada passo na construção da tese. Cada um de vocês deixou uma marca significativa neste trabalho:

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Psicanálise E Binaridade De Gênero: Um Debate À Luz Da Sexuação Lacaniana

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