Não Há Neurose Sem Corpo: Um Estudo Sobre O Lugar Do Corpo Na Histeria E Na Neurose Obsessiva

Abstract

RESUMO: O corpo é o ponto de partida do presente artigo por considerar que este possui um lugar privilegiado na psicanálise desde os estudos sobre a histeria em Freud até o conceito de gozo em Lacan. Investigando sobre o corpo, encontramos o sujeito, tanto histérico quanto neurótico obsessivo. A partir da relação entre a neurose e o corpo, foi possível constatar que o corpo se encontra tanto na origem do desenvolvimento psicossexual e, portanto, das estruturas clínicas, quanto é, simultaneamente, o local onde os sintomas neuróticos se se manifestam.

Considerações Sobre O Estatuto Do Corpo Na Estrutura Clínica Da Histeria

“…Assim, Pollo (2016) Essa aceitação do gozo fálico direciona o sujeito para a castração, tornando-se a perda fundamental para a existência do corpo, e, nesse sentido, o gozo ocasiona sempre uma ausência, um vazio, uma vez que há a incorporação simbólica da falta, consecutiva da inserção do sujeito na cultura. Essa ausência, que se manifesta para o sujeito como algo inominável, Lacan denominou de maisde-gozar, isto é, "o mais de gozar é a função da renúncia ao gozo sob efeito do discurso" (Costa & Ferreira, 2019). Apesar da referência ao conceito lacaniano de mais-de-gozar, este não será aprofundado no presente trabalho.…”

“…Por tratar-se do significante da falta, o falo encobre o furo no Outro, mas não inteiramente, tendo, portanto, um jogo de presença e ausência. Esta falta é constituída pela linguagem e, diante disso, no corpo biológico, nada falta, ao passo que, no corpo falante, que está inscrito na linguagem, tudo falta (Costa & Ferreira, 2019).…”

“…Lacan ( /1988 A histérica se reveste de adereços, joias, gestos e vestes, sugerindo, através da mascarada, que há algo a mais ali, que não pode ser visto, um segredo a se revelar. Com isso, há um apontamento para um lugar além da aparência, da máscara, que não pode ser alcançado (Costa & Ferreira, 2019).…”