Discursive exclusion and disrespect in prisons in Brazil

Abstract

In this paper, we present our ethnographic material and interpretations concerning the meanings that men and women imprisoned in the Federal District, Brazil attributed to their everyday experiences, with a special focus on the situations, statements and perceptions of these social actors related to that which we classify as structural processes of discursive exclusion. Drawing from our field data, we argue that these processes are a central dimension of pulling time, which not only configure a form of disrespect, but also the condition needed to sustain a structural scenario of violence and violation of rights in these prisons. In addition, the processes of discursive exclusion are essential to understand how the experiences of disrespect were interpreted and addressed by the interlocutors. The data presented are the result of ethnographic research carried out between 2014 and 2018 with men and women imprisoned the Federal District, Brazil.

Dívida e direitos: os sentidos de pagar pena nas cadeias do Distrito Federal, Brasil

“…No contexto do sistema prisional, as pesquisas no Brasil têm demonstrado que esse quadro de violações de direitos é particularmente grave e marcado por padrões sistemáticos de tortura e maus tratos (ANDRADE; GERALDO, 2020; BIONDI, 2009; HIGA; ALVAREZ, 2019; LEMOS; CARDOSO, 2020, 2021, 2022), assim como em relatórios de órgãos nacionais sobre a tortura no sistema prisional (MNPCT, 2020). Essas práticas provocam sentimentos de desamparo, injustiça e indignação entre os indivíduos e grupos sociais que são as vítimas preferenciais desses arbítrios -em sua maioria comunidades negras e/ou pobres -e que, muitas vezes, são articulados a partir de gramáticas próprias (CARDOSO 2013(CARDOSO , 2014a(CARDOSO , 2014b(CARDOSO , 2016; CARDOSO; LEMOS 2022; LEMOS; CARDOSO, , 2021.…”

“…Por exclusão discursiva entendemos os mecanismos capilarizados nas instituições prisionais voltados a impedir ou retaliar a manifestação de demandas e insatisfações por pessoas presas, caracterizando uma deliberada política de silenciamento e incomunicabilidade por meio de práticas coercivas. Esses processos se dão tanto por meio da Esses processos estruturais de exclusão discursiva de pessoas presas configuravam-se também como condição necessária para a manutenção de um quadro estrutural de violência e violações de direitos no cárcere (LEMOS;CARDOSO, , 2021. A este respeito, o…”