Efeitos do treino de realidade virtual na coordenação motora dos membros superiores de indivíduos após acidente vascular encefálico: uma revisão sistemática com meta-análise

Abstract

RESUMO Após um acidente vascular encefálico (AVE), 75% das pessoas tem o membro superior acometido, permanecendo com sequelas nessa extremidade. Resultados de ensaios clínicos recentes são contraditórios quanto à eficácia da terapia de realidade virtual (RV) na reabilitação da coordenação motora dos membros superiores dessa população. Assim, o objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão sistemática da literatura, com meta-análise, a fim de investigar os efeitos do treinamento com RV na coordenação motora dos membros superiores em pacientes pós-AVE. Para isso, foram feitas buscas nas bases de dados PubMed, LILACS, SciELO, PEDro e buscas manuais. Esse processo foi realizado por dois avaliadores independentes, e a qualidade metodológica dos estudos foi avaliada pela escala PEDro. Foram selecionados 18 estudos, sendo que apenas 13 foram incluídos na meta-análise. De forma geral, o treino de RV se mostrou eficaz na melhora da coordenação motora dos membros superiores da população (SMD 0,32; IC95% 0,08 a 0,56; I2=42%; p<0,01). Após uma análise de subgrupos, o treino de RV demonstrou ser superior quando comparado a nenhuma intervenção (SMD 0,36; IC95% 0,06 a 0,66; p<0,05). No entanto, quando comparado a outras intervenções, não houve diferença significativa (SMD 0,26; IC95% −0,12 a 0,64; p=0,18). De forma geral, o treino de RV é eficaz na melhora da coordenação motora dos membros superiores de indivíduos pós-AVE em comparação a nenhuma intervenção. No entanto, não é superior quando comparado a outros tipos de intervenção utilizados na reabilitação da coordenação motora dos membros superiores dos pacientes.

A Tecnologia Em Saúde Associada a Reabilitação De Pacientes Com Acidente Vascular Encefálico

“…Todavia, a região cerebral poderá sofrer com diversas eventualidades graves, como uma obstrução no fluxo sanguíneo para o encéfalo ou rompimento de vasos cerebrais, causando prejuízos neurológicos para o paciente, se caracterizando pelo Acidente Vascular Encefálico (AVE), anteriormente nomeado como Acidente Vascular Cerebral (AVC). Tal patologia obteve significativo aumento nos últimos anos, sendo considerada uma das doenças que mais acometem a população atual e possui maior prevalência entre as neuropatologias em pessoas idosas (MEIRELES et al, 2022).…”

Perfil clínico e epidemiológico dos pacientes adultos com acidente vascular encefálico no Piauí

“…O AVE consiste na obstrução (isquemia) ou extravasamento (hemorragia) de sangue em alguma área do encéfalo que resulta em perda neurológica e/ou motora, podendo ocasionar hemiparesia ou hemiplegia no lado contrário à lesão. Representa uma das condições que mais afetam a população atual, apresentando a maior prevalência entre as doenças neurológicas, além de ser a maior causa de morte e incapacidades temporárias ou definitivas do mundo (Meireles et al, 2022).…”

“…Dados apontam que 70% dos pacientes que sofreram AVE possuem alguma dificuldade para realização de atividades rotineiras, limitação na funcionalidade e na comunicação oral. Tais limitações podem ser justificadas pela fraqueza da musculatura, por alterações do controle motor, do equilíbrio, da propriocepção e da sensibilidade e pela espasticidade apresentadas por esses indivíduos, que prejudicam seu desempenho no trabalho e nas atividades básicas do dia a dia, limitando sua participação social (Meireles et al, 2022).…”