2016
DOI: 10.1590/1807-57622015.0575
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O caso Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e a medicalização da educação: uma análise a partir do relato de pais e professores

Abstract: As dificuldades de comportamento na infância têm sido alvo de inúmeras discussões na área médica e educacional, sobretudo nos últimos anos. Com isto, dois fenômenos inter-relacionados se sobressaem: a medicalização e a patologização da infância. A medicina e a psiquiatria são saberes produtores destes processos ao criarem e recriarem categorias diagnósticas que justifiquem inúmeros problemas da rede de relações complexas que caracterizam o ambiente escolar. Nesta perspectiva, pretendemos trazer o relato de pai… Show more

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“…Desse modo, compreende-se que a escola busca soluções rápidas com intuito de sanar aspectos da infância considerada problemática, por consequência apoia-se em laudos e diagnósticos psiquiátricos e neuropediátricos na tentativa de desviar-se das dificuldades institucionais que marcam a realidade educacional pública na atualidade brasileira. Por conseguinte, os processos que envolvem a banalização desse diagnóstico estão presentes em diversos âmbitos sociais, contudo, destaca-se que principalmente nas escolas se intensificam os fenômenos de patologização e medicalização da infância (Cruz, Okamoto, & Ferrazza, 2016).…”
Section: Discussionunclassified
“…Desse modo, compreende-se que a escola busca soluções rápidas com intuito de sanar aspectos da infância considerada problemática, por consequência apoia-se em laudos e diagnósticos psiquiátricos e neuropediátricos na tentativa de desviar-se das dificuldades institucionais que marcam a realidade educacional pública na atualidade brasileira. Por conseguinte, os processos que envolvem a banalização desse diagnóstico estão presentes em diversos âmbitos sociais, contudo, destaca-se que principalmente nas escolas se intensificam os fenômenos de patologização e medicalização da infância (Cruz, Okamoto, & Ferrazza, 2016).…”
Section: Discussionunclassified
“…Entretanto, os relatos dos estudos evidenciam que, na prática, ainda há muitas intervenções que geram sofrimento e individualização da queixa escolar, revelando que existe um descompasso entre o que se produz de literatura e o que é praticado, reiterando tradicionais tendências de patologização dos impasses escolares. Nos artigos encontrados, destacam-se os seguintes temas: crítica à medicalização da educação, processos que transformam o ensino como um problema médico (Cruz, Okamoto, & Ferrazza, 2016;Meira, 2012;Christofari, Freitas, & Baptista, 2015;Sanches & Amarante, 2014); o mau comportamento tratado como doença (Sanches & Amarante, 2014); estudos comparativos na visão de pais, professores e profissionais da saúde (Cunha, Dazzani, Santos, & Zucoloto, 2016;Leonardo & Suzuki, 2016;Cruz et al, 2016); outras formas de exclusão, a exemplo da progressão continuada, destacando os argumentos patologizantes que sustentam explicações individualizantes sobre o fracasso escolar (Viégas, 2015); e a medicalização como um dispositivo de controle e disciplina (Meira, 2012;Heckert & Rocha, 2012).…”
Section: Medicalização Do Fracasso Escolarunclassified
“…Questionados sobre o que os leva a encaminhar um estudante ao médico, uma percepção comum a todos os professores que participaram do estudo remeteu a problema de comportamento, algo inadequado para a sala de aula. Cruz et al (2016) corroboram esses achados, quando identificaram, na percepção dos pais e professores, que as crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem ou de comportamento são categorizadas como um corpo biológico a-histórico, desprovido de vida social e afetiva. Além desse argumento, podem-se destacar os velhos estigmas da família pobre e desestruturada, utilizados para culpabilizar a criança e seus responsáveis pela não aprendizagem (Cord, Gesser, Nunes, & Storti, 2015).…”
Section: Medicalização Do Fracasso Escolarunclassified
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“…Entretanto para um tratamento medicamentoso é necessário obter o diagnóstico correto, não apenas considerar a lista de sintomas evidentes. Eles devem ser Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.12, p. 110880-110897 dec. 2021 acompanhados antes dos 12 anos de idade para que o médico possa fazer uma análise abrangente da vida da criança (CRUZ et al, 2016).…”
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