Casais de mesmo sexo e parentalidade: um olhar sobre o uso das tecnologias reprodutivas

Abstract

Same-sex couples' perceptions about the use of reproductive technologies in order to put plans for parenthood into effect are discussed in this paper. This qualitative study was based on semistructured interviews that were conducted in 2011 and 2012, with 26 respondents (12 couples, one man and one woman) who were living in the greater São Paulo region of Brazil. It was noted that biological bonds preponderated in the discourse of the women, who tended to want to use reproductive technologies, especially reception of oocytes from partner (ROPA). Even when men expressed the desire to have a genetically related child, they chose adoption because of fear of the bonds that might become established through pregnancy between the surrogate mother and the child, among other reasons. The medicalization of society, and how science, technology and the market are imbricated in creating healthcare needs, is discussed.

Homoparentalidade feminina: laço biológico e laço afetivo na dinâmica familiar

“…Despite all subjects having chosen to use the new reproductive technologies without however using or showing interest in reciprocal IVF, which differs from the data presented by Vitule, Couto, and Machin (2015) and Machin and Couto (2014), they have different kinds of bonds with their children: five of them had biological bonds; two had legal bonds; and two had neither biological or legal bonds with their children.…”

“…Other studies (Machin & Couto, 2014;Vitule, Couto, & Machin, 2015) also show a frequent demand for egg donation from partners (reciprocal IVF).…”

Homoparentalidade Masculina: Experiências De Pais Homossexuais

“…LGBTI+. Desse modo, tornou-se possível a existência de famílias homoparentais masculinas e femininas onde apenas um dos cônjuges possui vínculo biológico com a criança; casais de mulheres em que uma engravida por meio da doação do óvulo de sua companheira, técnica conhecida como ROPA (Recepção de Óvulos da Parceira); transexuais masculinos que engravidam; casais masculinos que, a partir da doação de um útero, realizam uma gestação substituta e se tornam pais, prática conhecida como barriga de aluguel, dentre outras possibilidades (Vitule, Couto & Machin, 2015). O uso de tecnologias reprodutivas torna necessário o envolvimento de pelo menos uma terceira pessoa, que seria o médico a realizar o procedimento, porém pode haver também o envolvimento de uma quarta pessoa, que seria o doador do material genético (Pontes, Féres-Carneiro & Magalhães, 2015).…”

“…Como apontado por Tarnovski (2013) Machin, 2015). Para evitar que haja uma reivindicação por parte da mulher, optase, em alguns casos, pela realização de um contrato com duas mulheres, onde uma doará o útero e a outra doará o óvulo, promovendo uma fragmentação da figura materna visando uma maior facilidade na entrega do bebê (Ferrari & Andrade, 2011).…”

“…No caso das mulheres, a adoção não se apresenta como opção mais desejada e só é considerada em ocasiões em que a mulher que se disponibiliza a gestar o bebê possui algum fator limitante ou os procedimentos ultrapassam as condições financeiras do casal. Nos casos em que ocorre a adoção, crianças mais velhas não entram no perfil devido ao desejo, exposto pelo casal, de vivenciar os cuidados primários com o bebê (Vitule, Couto & Machin, 2015;Machin, 2016).…”