Proibicionismo E Atenção Em Saúde a Usuários De Drogas: Tensões E Desafios Às Políticas Públicas

Abstract

Resumo O presente trabalho tem como intuito promover discussão acerca da temática de uso e abuso de álcool e outras drogas na sociedade atual. Objetiva refletir sobre os modelos e práticas de atenção a usuários de drogas em meio às políticas públicas atualmente em voga. Parte do reconhecimento sobre a presença do uso de substâncias psicoativas em diferentes contextos e momentos históricos, para, então, discorrer sobre o uso e abuso de drogas. Destaca, ainda, o modelo de atenção psicossocial para usuários de drogas em sua relação com a cultura proibicionista e ações de repressão e intolerância às drogas. Por fim, o artigo conclui que as atuais políticas públicas de atenção aos usuários, incluída a lógica da redução de danos, se encontram em rota de colisão e tensionamento com o ainda predominante proibicionismo e com a velada e desassistida cultura de consumo de drogas.

O impacto das drogas e a vulnerabilidade social dos usuários no município de Pedreiras – MA

“…Na qual será abordados os tipos de drogas lícitas e ilícitas e o impacto das drogas na vida do usuário, e as consequências que elas trazem para tais indivíduos, desta forma, será enfatizada a classificação das drogas sobre a perspectiva de vários autores. Lopes (2006), afirma que a humanidade tem uma longa convivência com psicotrópicos -que há milênios são empregados em diversas situações, de ritos indígenas a festas romanas. Ocorre que em diferentes épocas e em lugares opostas do globo, a história comum das sociedades humanas está diretamente e relativamente ligada ao uso de substâncias, onde modifica o nível do comportamento causando reações, desencadeando anestesia como outros efeitos.…”

Entidades assistenciais para crianças e adolescentes no município: impasses institucionais e possibilidades

“…É comum que muitas das entidades assistenciais privadas sem fins lucrativos do terceiro setor atendam crianças e adolescentes no contraturno escolar, e grande parte delas passou a denominar o trabalho de atendimento assistencial de crianças e adolescentes, que realizam, de SCFV. Desse modo, por meio de convênio de fomento, elas podem inclusive receber alguma verba pública para auxiliar no desenvolvimento do seu trabalho assistencial (Brasil, 2014a;Lopes;Brochardt, 2016;Fundação Abrinq, 2019).…”

“…No Brasil há duas possibilidades paradigmáticas antagônicas quanto à produção de respostas para o chamado problema das drogas: 1. o proibicionismo como política pública de combate à dependência química, considerada como uma doença com base no discurso médico; consiste numa política de saúde pública que visa ao tratamento de indivíduos usuários de álcool e outras drogas, objetivando a abstinência, inclui um discurso policial, repressivo, criminalizante, psicologizante, psicopatologizante, culpabilizante, moralista do indivíduo (Burgierman, 2011;Rui, 2014;Alexander;Merhy;Silveira, 2018;Fiore, 2018;Gomes-Medeiros et al, 2019;Lopes, 2019); e 2. a política de redução de danos (RD) como política pública de atenção psicossocial para atender os sujeitos que fazem uso de substâncias psicoativas (SPA), considerando que esse fenômeno envolve impasses subjetivos e sociais complexos, incluindo o sujeito, o inconsciente e o desejo, situados no campo social, na sociedade capitalista de classes, no neoliberalismo.…”