Este artigo se insere em uma pesquisa que aborda a construção da maternidade de mães de indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Nosso objetivo é compreender o processo histórico e social do diagnóstico do TEA e relacioná-lo ao feminismo, aos estudos feministas das deficiências e ao estigma social. Buscamos refletir sobre as repercussões das múltiplas opressões na experiência dessas mães e mulheres que convivem com o TEA, bem como analisar como, ao longo dos anos, têm sido atribuídos às mulheres papéis de submissão na sociedade. Para tanto, realizamos uma revisão bibliográfica abrangente, explorando conceitos fundamentais, tais como maternidade, estudos feministas das deficiências e estigma social. Finalmente, considera-se que o estigma é um elemento presente de diversas maneiras nas experiências dessas mães, tendo como base ainda a reverberação do discurso da mãe geladeira, atrelado ao seu oposto, o da mãe especial, de modo que as necessidades que envolvem esse cuidado seguem negligenciadas.