2018
DOI: 10.1590/1806-93472018v38n79-03
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A voz e a cruz de Rita: africanas e comunicação na ordem escravista

Abstract: RESUMO A pesquisa que fundamenta este artigo focaliza os dilemas, escolhas e possibilidades de comunicação e interação linguística que se apresentaram aos africanos escravizados. Mais especificamente, focaliza o uso da então chamada “língua mina” (línguas do grupo Gbe) a partir de um registro produzido em Vila Rica, Minas Gerais, por Antônio da Costa Peixoto (Alguns Apontamentos da Língua Mina com as palavras portuguesas correspondentes, de 1731 e Obra Nova da Língua Geral de Mina, de 1741). A proposta é busca… Show more

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“…Não é nossa intenção, nesse artigo, fazer uma análise ampla dessa obra, e sim dialogar com alguns aspectos já comentados por outros pesquisadores, remetendo a trabalhos já publicados (LIMA, 2018.…”
Section: A Obra Nova Da Língua Geral De Minaunclassified
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“…Não é nossa intenção, nesse artigo, fazer uma análise ampla dessa obra, e sim dialogar com alguns aspectos já comentados por outros pesquisadores, remetendo a trabalhos já publicados (LIMA, 2018.…”
Section: A Obra Nova Da Língua Geral De Minaunclassified
“…como a possibilidade de uma negociação e resistência da parte dos escravizados 22 . Os africanos falantes de mina são representados na obra como enunciadores, interlocutores de um diálogo com o mundo que os escravizou (LIMA, 2018, e isso seria talvez insuportável para o regime colonialista e ditatorial português.…”
Section: A Obra Nova Da Língua Geral De Minaunclassified
“…No caso em apreço, Nagô tornou-se a forma mais comum no Brasil contemporâneo. Possivelmente, as formas originais de suas variações trazem as marcas fonéticas dos falantes de língua do grupo Gbe (sobretudo Fon), predominantes em Minas Gerais (Castro, 2002;Maia, 2013;Lima, 2018). Portanto, as flutuações "Nagono", "Naguno", "Anagono", "Anagô" podem ser evidências da nomenclatura colonial permeável ao modo como os grupos Gbe da baía do Benim descreveriam no cotidiano das vilas mineradoras do século XVIII os grupos iorubás seus vizinhos situados a leste, que estavam presentes nas Minas em menor número.…”
Section: Padronização Das Variáveis: Como Preservar a Historicidade Dunclassified
“…Eram espaços frequentados por diferentes categorias profissionais, como carpinteiros, pedreiros, ferreiros etc., e neles se consumia muito aguardente e se promoviam as festas das camadas populares(FIGUEIREDO E MAGALDI, 1985, p. 52- 53). Na visão de uma série de autores(por exemplo, FIGUEIREDO E MAGALDI, 1985;SOUZA, 2004;LIMA, 2018), as vendas funcionavam como o espaço de sociabilidade negra por excelência do período colonial, o que despertava o temor das autoridades metropolitanas:[...] as negras quitandeiras ou de tabuleiros exerceram não apenas o comércio ambulante como trabalharam muitas vezes nas vendas e lojas de comestíveis 107 que serviam os escravos e os homens livres pobres da mineração. Tanto as negras como as vendas foram objeto de uma luta incessante empreendida pelas autoridades, deste e do outro lado do oceano.…”
unclassified
“…e foram perseguidas pelas autoridades porque desafiavam o poder colonial em várias das suas esferas: eram espaços frequentados por quilombolas, que lá buscavam o abastecimento de armas e munição; eram frequentadas por garimpeiros contrabandistas, que procuravam fugir das altas taxas que a Coroa cobrava sobre o ouro coletado; eram espaços de prostituição de negras escravas e forras, fato este que perpetuava o alto número de concubinatos, os quais, tal qual discutimos, eram condenados pela Igreja(ARAÚJO, 2013). Esse cenário de perseguição às vendas também é descrito porLima (2018), que localizou, no Arquivo Público Mineiro, uma Solicitação de determinação de horário de funcionamento das tavernas (1746), feita por moradores que se queixavam da presença de escravos naqueles espaços, bebendo aguardente "assentados nos balcões". Na visão da autora, todo o esforço de perseguição sugere que as vendas eram espaços significativos de sociabilidade dos escravizados no período colonial.…”
unclassified