Prevalência do excesso de peso e fatores associados em mulheres em idade reprodutiva no Nordeste do Brasil

Abstract

RESUMO Objetivo: Determinar a prevalência do excesso de peso e fatores associados em mulheres em idade reprodutiva no município de Vitória de Santo Antão, Pernambuco. Métodos: Estudo transversal com 322 mulheres, conduzido entre os meses de janeiro e abril de 2013 através de busca ativa nos domicílios. O estado nutricional foi classificado pelo índice de massa corporal para as maiores de 18 anos e pelo índice de massa corporal/idade para as adolescentes. A variável dependente foi o excesso de peso (sobrepeso/obesidade) e os fatores associados (variáveis independentes) foram: as condições socioeconômicas e demográficas (idade, escolaridade, alfabetização, trabalho remunerado, classe econômica, condição de segurança alimentar e nutricional, número de pessoas no domicílio, condições de saneamento básico, piso, teto, número de cômodos e de dormitórios), comportamental (prática de atividade física) e história reprodutiva (menarca, número de gestações e método contraceptivo). A regressão de Poisson foi utilizada para a análise dos fatores associados ao excesso de peso. Resultados: A prevalência de excesso de peso nas mulheres foi de 60,9%. O modelo regressão mostrou que a idade (20-39 anos: razões de prevalências 1,84 intervalo de confiança 95% 1,04-3,24; ≥40 anos: razões de prevalências 2,20; intervalo de confiança 95% 1,18-4,08) e a idade da menarca (≤13anos: razões de prevalências 1,37; intervalo de confiança 95% 1,03-1,82) se associaram ao excesso de peso. Conclusão: A prevalência de excesso de peso representou quase dois terços da população estudada e esteve associada com a maior idade cronológica e a menor idade da menarca, o que corrobora outros resultados da literatura científica.

Prevalence, temporal trend and associated factors with excess body weight in mothers of children under five years

“…Menarche before age 12 was associated with excess weight and high waist circumference in the mothers analyzed, with increases of 40.7% and 61.4%, respectively, in the prevalence rates of excess weight and abdominal obesity in women who had their menarche before 12 years old. In addition, the prevalence rates of excess weight (69.2%) and abdominal obesity (62.3%) were shown to be high among women studied in 2015 who exhibited this characteristic, corroborating the studies by Pinheiro et al [40] and Trikudanathan et al [41]. A study conducted in the South of Brazil showed that women who had their menarche before age 11 had a 25% higher risk of having abdominal obesity and a 75% higher risk of being obese [42].…”

“…Another variable that was associated with higher adiposity was greater age range; that is, the prevalence rates of excess weight, abdominal obesity and high %BF were higher in mothers who were older than 30 years. Other studies show a gradual increase in body adiposity as women get older [31,40]. Among several factors, hormonal changes, such as decreased growth hormone secretion, along with decreased basal metabolic rate and physical activity, comprise some of the reasons that would increase women's susceptibility to obesity as they get older [51,52].…”

Fatores Associados À Obesidade E Sobrepeso Em Trabalhadores De Frigorífico Avícola

“…Em relação à HAS, verificou-se uma prevalência de 44,9%, sendo que no país, a taxa HAS é variável entre as populações estudadas (PINHEIRO et al, 2016), oscilando entre 15,9% a 31,2% (BRASIL, 2019a). Nesse contexto, deve-se estimular o diagnóstico precoce, manutenção do tratamento, controle dos níveis pressóricos, mudanças no estilo de vida uso regular dos medicamentos e controle dos fatores de risco associados (MCCUEN-WURST et al, 2017).…”

Padrões alimentares de mulheres em idade reprodutiva: realidade na Zona da Mata nordestina

“…Como consequência, ocorre aumento da morbi-mortalidade na vida adulta, devido às desigualdades socioeconômicas, de saúde e ambientais da região. [5][6][7][8] Tal condição pode ser explicada por um padrão de consumo alimentar inadequado, caracterizado pela baixa frequência de consumo de frutas e hortaliças e alto consumo de alimentos industrializados. 4 A identificação deste padrão alimentar pode ocorrer por meio de técnicas estatísticas a posteriori, com base nas correlações entre as variáveis alimentares obtidas através de inquéritos alimentares, como por exemplo, a análise de componentes principais ou de cluster, sem a utilização prévia de uma recomendação nutricional "saudável", pois não se sabe como os dados irão se comportar na análise dos dados.…”

“…19 Já no que diz respeito aos determinantes ambientais e de saúde, podem ser citados o baixo nível de atividade física, a ingestão excessiva de álcool e o uso de tabaco, que podem acarretar aumento do risco de desenvolvimento de sobrepeso, obesidade e hipercolesterolemia em mulheres. 7,20,21 Observa-se uma carência de estudos sobre padrões alimentares de mulheres na Região Nordeste do Brasil, em especial na Zona da Mata de Pernambuco. Nessa idade reprodutiva, o consumo alimentar pode atuar como fator de risco ou proteção para diversas DCNTs.…”