As Tradições Sagradas De Kuwai Entre Os Povos Aruaque Setentrionais: Estruturas, Movimentos E Variações

Abstract

Resumo As tradições sagradas de Kuwai são uma parte central da herança cultural e espiritual dos povos de língua aruaque setentrional, no noroeste da Amazônia, que vivem em uma área desde o alto Rio Vaupés, na Colômbia, em toda a bacia do rio Içana, no Brasil, até os rios Guaviare e Inirida, na Venezuela. O objetivo deste estudo é discutir algumas das dimensões mais importantes dessa tradição religiosa, concretamente: mapeando as tradições e suas variantes; discutindo as “mitagens” - paisagens míticas - da tradição, isto é, os conjuntos de lugares sagrados inter-relacionados por narrativas e cantos xamânicos compartilhados por grupos etnolinguísticos; elaborando os significados mais importantes associados à figura de Kuwai, tendo a ver com ancestrais patrilineares, transmissão cultural através de gerações, relações identidade/alteridade e xamanismo; e examinando a fertilização cruzada de cosmologias nas fronteiras entre a tradição religiosa Kuwai e tradições não aruaques.

Patterns of Style, Diversity, and Similarity in Middle Orinoco Rock Art Assemblages

“…In these ceremonies, men re-enact and commemorate cosmogonic events, that have been related through mythical narratives, as part of an annual cycle of renewal (Reichel-Dolmatoff 1996;Mansutti Rodríguez 2012). We draw special attention to the following: (a) The prominence and centrality of anacondas as ancestral figures, and (b) the mythical roles taken on by costumed Warime/Yuruparí participants as mythical beings among many native societies of north-western Amazonia and neighbouring regions (see Reichel-Dolmatoff 1987, p. 447;Hill 2009;Wright 2017). Both the snakes and the costumed figures may be analogous to the reproduction of narrative "sequences-in-place" in which myth and storytelling are repeatedly inscribed into the landscape (Hugh-Jones 2016).…”

Kubai, o encantado e a mesa tangível

“…Os saberes culturais vêm sendo transmitidos pela figura do encantado Kubai, como as vestimentas e as artes em plumarias do cocar. Aspectos importantes, conforme Wrigth (2017), também se expressam nas pinturas e nos grafismos, na bebida como caxiri, nas danças, no tocar de flautas e de tambores.…”

Monumental snake engravings of the Orinoco River

“…Connections between rock art and ancestral myths are also widespread among the Indigenous societies of northern South America, most frequently Arawakan-speaking peoples (González Ñañez 1980), suggesting a profound time depth to such practices. The structure and content of Arawakan cosmogonic myths are shared with Sálivan and Tukanoan narrative sequences, implying a shared understanding of the purpose of rock art and its role in place-making (Hugh-Jones 2016; Wright 2017). The extent of shared conventions across northern South American rock art, its apparent links to Indigenous cosmologies, and the region's long history of human occupation renders it comparable to other widespread traditions of prehistoric rock art on a global scale (e.g.…”