“Los Juzga Un Tribunal, Los Condenamos Todos”: Dos Conflitos Pelas Memórias, Moralidades E Verdade Nos Tribunais Argentinos

Abstract

Resumo Há mais de três décadas, familiares de desaparecidos da ditadura militar argentina se engajam em ações políticas para exigir Justiça pelas violações aos direitos humanos cometidas durante a repressão. Com a anulação das leis de anistia em 2005, abriram-se os caminhos legais para a responsabilização penal. Desde então, as narrativas sobre o passado entraram definitivamente em cena (e em disputa) nos tribunais do país. Baseado em etnografia dos julgamentos de delitos de lesa humanidade na Argentina, o artigo analisa como vítimas, agentes do Estado acusados de violações e atores judiciais converteram os tribunais em lugar privilegiado para a afirmação de sentidos ao passado ditatorial. Conduzindo uma análise mais encantada da política e seu simbolismo (que considera a dimensão afetiva e existencial da ação humana), o intuito é problematizar como a cena judicial vem se desempenhando como espaço de luta para a produção do saber e verdade sobre a ditadura na Argentina.

“Human rights” in dispute: State violence and demands for justice in a comparative perspective

“…In Argentina, it can be said that there is an important social mobilisation tradition in terms of rights claim. Indeed, in the area analysed here, this has also been reflected in the production of several ethnographies on social movements and groups, which engage in all forms of activism in the public arena, either in relation to demands for "memory, truth and justice" for crimes committed during the dictatorship (Vecchioli 2000, 2001, Catela 2001a, 2001b, Tello 2003, Sanjurjo 2016, or vis-à-vis the efforts of relatives of institutional violence victims (Gingold 1997, Tiscornia 2008, Pita 2010. In Brazil -particularly in Rio de Janeiro -, the continuity between the "fight" for justice and memory in relation to the dictatorship, and the one linked to "police violence" cases is being incipiently fostered by the interaction of social movements, claiming that groups currently killed by "state violence", were also victims of the military dictatorship, despite not having been acknowledged by many official memory and reparation policies.…”

Our Dead Can Speak: Social Displacements, Affects, and Political Action in Comparative Perspective

“…17 For analyses on military narratives during dictatorial repression in Argentina, see Filc (1997), Salvi (2008; and Sanjurjo (2016).…”