Análise da variabilidade da frequência cardíaca em cordeiros da raça Bergamácia, do nascimento aos 35 dias de idade

Abstract

RESUMOA atividade do sistema nervoso autônomo sobre o coração pode ser verificada pela variabilidade da frequência cardíaca (VFC), método que quantifica e assim infere sobre a modulação autonômica cardíaca, refletindo o funcionamento do sistema nervoso autônomo. Durante o período neonatal, diferenças significativas no que se refere à maturação autonômica são descritas em diversas espécies. Embora a espécie ovina venha sendo utilizada como modelo experimental em diversos protocolos em neonatologia e cardiologia em humanos, estudos descritivos sobre a VFC utilizando animais saudáveis e não sedados são escassos na literatura. O objetivo do estudo foi descrever a VFC em cordeiros da raça Bergamácia durante os primeiros 35 dias de idade. Foram realizados exames eletrocardiográficos em 20 cordeiros da raça Bergamácia a partir do nascimento e semanalmente até o 35° dia de idade. A VFC foi analisada pelo intervalo RR normal (batimentos sinusais), pela frequência cardíaca, pelo índice de tônus vasovagal (iTVV), pela raiz quadrada da média do quadrado das diferenças entre intervalos RR normais adjacentes (RMSSD) e pela raiz quadrada da somatória do quadrado das diferenças dos valores individuais em relação ao valor médio, dividido pelo número de iR-R em 90 segundos -VFC global (RMSM). Todos os parâmetros se alteraram ao longo das semanas. A frequência cardíaca média elevou-se entre o nascimento e os primeiros sete dias de idade, com decréscimo nas quatro semanas subsequentes, sendo o menor valor encontrado aos 35 dias de idade (145,63±37,80bpm). Entre 21, 28 e 35 dias de idade, o iTVV elevou-se significativamente, o RMSM a partir do 28º dia, e, aos 35 dias, o RMSSD, reflexo da ativação parassimpática, exibiu diferenças em relação aos momentos subsequentes. O início da predominância parassimpática, refletida nos índices da VFC, particularmente o iTVV, ocorre aos 21 dias de idade. A partir dos 35 dias de idade, os índices RMSM e RMSSD podem ser utilizados como marcadores fidedignos das mudanças nos efeitos simpático e parassimpático sobre o coração de cordeiros.Palavras-chave: ovinos, frequência cardíaca, neonatos, controle autonômico ABSTRACTAutonomic nervous system activity can be checked by heart rate variability (HRV)

Computerized electrocardiography in adult Sulffolk sheep: a comparative study

“…In relation to HR, no differences were observed among the devices with the predominance of values within the normal range for adult sheep (KUMAR et al, 2007), which suggests the minimization of stress with the method adopted in the evaluation of sheep, as well as the period of the day adopted for the execution of the present study (SZABUNIEWICK;CLARK, 1967). Data regarding the increase in HR in obtaining electrocardiography due to stress and its relationship with neonates up to 35 days of age were described by Chiacchio et al (2018) and Koether et al (2016) Pogliani et al (2013), justified by the stress of contention and chest format. Results that were not observed in the present study, with the HR values obtained remaining stable with a predominance of sympathetic activity (KEUNEN et al, 2000).…”

“…Sheep farming has gained a prominent role in the Brazilian territory due to the increase in farms and its use as a scientific experimental model (KOETHER et al, 2016). According to Lavinsky; Seibel (2001) and Rabbani et al (2008) when they studied the sheep species anatomically, concluded that some anatomical and physiological structures were similar to humans.…”

“…According to Chiacchio et al (2018) there are differences in the values of electrocardiographic variables according to race and age, highlighting the variations found when comparing the conventional method with the computerized one. Thus, further research in the area is necessary (KOETHER et al, 2016). Electrocardiography is a non-invasive exam (MENDES NETTO, 2014;OLIVEIRA et al, 2013) that promote the graphical visualization of linear segments showing the results of depolarization and repolarization of cardiac cells (NUNES et al, 2014).…”

“…Heart rate and total QRS decreased progressively until 35 days of age with heart rate variability (HRV) indexes increasing in the same period. Regarding the configurations of the QRS complexes, Koether et al (2016) identified a wide variety of configurations in sheep, with a predominant rS and qR pattern in leads I and aVF, in the first week of life and at 35 days. In addition, as age increased, a higher percentage of low voltage and complexes with a qs, qr and rs pattern was observed.…”