Tromboembolismo venoso em pacientes COVID-19

Abstract

Resumo A Covid-19 é uma doença respiratória potencialmente grave causada pelo RNA vírus SARS-CoV-2, que apresenta risco aumentado de tromboembolismo venoso (TEV). Sua fisiopatologia está relacionada a processo inflamatório exacerbado e a coagulopatia associada, verificada pelo aumento do D-dímero, do fibrinogênio e dos produtos da degradação da fibrina. Sua ocorrência deve ser monitorada, prevenida e tratada de acordo com as recomendações e diretrizes existentes. Devido a sua associação com as formas mais graves da doença e morte, alguns grupos vêm propondo uma conduta profilática e terapêutica mais agressiva. Entretanto, não existe uma definição quanto ao risco-benefício desse tipo de conduta, devendo ser avaliada individualmente e de forma multidisciplinar. Neste estudo, revisamos os principais estudos e evidências disponíveis até o momento sobre o diagnóstico, profilaxia e recomendações de tratamento do TEV em pacientes COVID-19.

Incidence, diagnosis, treatment methods, and outcomes of clinically suspected venous thromboembolic disease in patients with COVID-19 in a quaternary hospital in Brazil

“…Further multicenter research is needed for better understanding of the physiopathology of the association between COVID-19 and VTE, 31 , 32 enabling more accurate management and leading to better survival outcomes.…”

Desenvolvimento de trombose em pacientes com infecção por SARS-CoV-2

“…Pacientes em uso de medicamentos antitrombóticos devem ser orientados a continuar usando o medicamento, mas devem ser alertados sobre o risco de interações medicamentosas entre esses medicamentos e os medicamentos prescritos na COVID-19, especialmente antivirais hormonais e não hormonais e anti-inflamatórios. Geralmente não há indicações de medicamentos para prevenir TEV; no entanto a profilaxia com heparina de baixo peso molecular (HBPM) pode ser considerada, especialmente nos portadores de risco aumentado para TEV desde que não haja alto risco para sangramento (Rossi, 2020).…”

“…O aumento do risco parece estar geralmente associado à reação inflamatória intensa e a liberação exacerbada de citocinas, sobretudo interleucina 6. A coagulopatia é avaliada pelo aumento dos índices de fibrinogênio, D-dímero (DD), fator VIII e prolongamento do tempo de protrombina (TP) e do tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa), esses fatores estão associados a má evolução clínica e óbito desses pacientes (Rossi, 2020).…”

Gerenciamento clínico de eventos tromboembólicos provenientes de complicações da COVID-19: revisão integrativa

“…Bozzani et al (2020) recomendam a administração de aspirina de baixa dose (81 mg/2x/dia) por 4 semanas após a alta, quando o paciente é considerado baixo risco. A literatura, ademais, sugere utilizar a rivoraxabana 10mg/dia, via oral (Rossi, et al, 2020).…”

“…O aumento do Ddímero e fibrinogênio são associados a evolução das coagulopatias, o que pode ser piorado pela degradação da fibrina, decorrentes desse processo inflamatório viral. Tais produtos parecem repercutir de uma forma subjetiva nos pacientes, de modo a tornar o gerenciamento clínico controverso, visto que os aspectos clínicos são individuais e, mesmo que o processo de saúde-doença seja semelhante, ainda falta evidência científica, sólida, para definição de condutas clínicas (Rossi, et al, 2020;Marietta, et al, 2020).…”