Bullying entre adolescentes brasileiros: evidências das Pesquisas Nacionais de Saúde do Escolar, Brasil, 2015 e 2019

Abstract

Resumo Objetivo: estimar a prevalência de indicadores referentes ao bullying entre escolares brasileiros de 13 a 17 anos e comparar sua ocorrência entre 2015 e 2019. Método: estudo descritivo, transversal, com dados das Pesquisas Nacionais de Saúde do Escolar, realizada em todos os estados brasileiros. Foram estimadas as prevalências e os intervalos de confiança (IC95%) dos indicadores em 2019. Para testar as diferenças entre as duas edições, utilizou-se o teste t de Student (p ≤ 0,01). Resultados: a prevalência de praticar bullying reduziu de 20,4% (IC95%: 19,2-21,5) em 2015 para 12,0% (IC95%: 11,6-12,5) em 2019. Os motivos apontados para sofrer bullying foram semelhantes nas duas edições: aparência do corpo, aparência do rosto e cor ou raça. As prevalências foram semelhantes entre os estados, sendo mais elevado sofrer bullying no Tocantins, envolver-se em situações de cyberbullying em Mato Grosso e Amapá, e praticar bullying foi mais elevado no Rio de Janeiro. Conclusão: ocorreu redução da prática do bullying pela metade, e do relato de não ser bem tratado entre adolescentes brasileiros, entretanto a prevalência de sofrer bullying é elevada no país, bem como o cyberbullying. Por isso, deve-se ter atenção e priorizar políticas para redução e enfrentamento desta prática no cenário nacional.

Concepção de violência para crianças do Ensino Fundamental I

“…Em levantamento feito de modo assistemático nas bases de dados Scielo e no portal de Periódicos Capes, percebeu-se que são muitas as pesquisas sobre violência escolar, especialmente sobre o bullying, mas a maioria delas feitas com professores e alunos do ensino fundamental II e ensino médio (Flôres, Visentini, Faraj & Siqueira, 2022;Malta et al, 2022;Reisen, Leite & Santos Neto Neto, 2021;Romeiro, Corrêa, Pazó, Leite & Cade, 2021;Veloso et al, 2020;Cruz & Malta, 2018;Giordani, Seffner & Dell'Aglio, 2017). Poucas destas pesquisas incluíram como participantes crianças matriculadas no ensino fundamental I. Esta constatação deu-se justamente pela busca de pesquisas que ajudassem a compreender o comportamento permeado pela violência das crianças que participaram da pesquisa.…”