“…As considerações acima se referem ao trabalho, de um lado, como uma categoria antropológica que funda a construção do sujeito e o "fazer sociedade"; de outro, elas apontam para a racionalidade perversa que desemboca na destruição física e psíquica dos indivíduos, reificados e instrumentalizados para a produção, sufocados como classe social. Neste sentido, o cenário contemporâneo do trabalho nos escancara, sob novas configurações, a questão da precarização, bastante próxima da condição escrava do trabalhador.Para abordar este tema, já largamente explorado entre pesquisadores da área, recorro ao conceito de precariado(Alves, 2013;Braga, 2012Braga, , 2017Braga, , 2018Braga & Marques, 2017;Standing, 2011). O termo é um amálgama de "proletário" e "precário", utilizado porCastel (1998) em sua discussão sobre a precarização salarial e, mais tarde, porStanding (2011), que vê o precariado como uma nova classe social composta por trabalhadores, em geral bem qualificados, mas vivendo em permanente insegurança laboral, com sofríveis condições de trabalho e sem uma identidade fundada nele.…”