A crítica da crítica dos mestrados profissionais: uma reflexão sobre quais seriam as contradições mais relevantes

Abstract

Resumo: A proposta deste artigo é fazer uma crítica da crítica dos apontamentos realizados aos cursos de Mestrados Profissionais, partindo especialmente de um artigo intitulado "O protagonismo controverso dos mestrados profissionais em Ensino de Ciências", das pesquisadoras Rezende e Ostermann. Pretende-se prosseguir por um dos caminhos, deixados pelas autoras, o do diálogo. Não obstante, numa contra-argumentação de que o problema dos Mestrados Profissionais não está nos lugares que propuseram em seu artigo, mas em outros. Será necessário primeiramente apontar no estudo das autoras quais seriam as contradições da argumentação, para, por meio de uma pesquisa descritiva, ensaiar quais seriam os desafios mais centrais por que, segundo nossa avaliação, realmente passariam os Mestrados Profissionais.

Professional master program: Preparing the nurse of the future

“…Then, the question is: to what extent are PMPs different from academic master programs? We believe the most appropriate answer is that PMPs promote stricto sensu professional training for a non-academic market, particularly focused on training to transform the professional practice with an emphasis on management, production or application of knowledge for solving problems or proposing innovation by incorporating the scientific method and updating relevant knowledge (18) .…”

Sobre o (Ph.D.) (Philosophiae Doctor)

“…Podemos observar, do excerto anterior, que a pesquisadora Barata (2006) assinala um cenário essencialmente vinculado ao contexto dos mestrados profissionais que, embora possamos reconhecer uma experiência acumulada no Brasil, com quase duas décadas, na área de Ensino, não podemos desconsiderar algumas críticas desenvolvidas por estudiosos (BOMFIM; VIEIRA; DECCACHE-MAIA, 2018;RIBEIRO, 2005; e que readquirem seu vigor, diante de um cenário atual dos primeiros egressos de doutorados profissionais na área de ENSINO em nosso pais (CURI et al, 2021).…”

Mestrado Profissional Em Ensino De Ciências Da Unb: Reflexões Sobre a Formação De Professores-Pesquisadores

“…Como podemos notar, a polêmica em torno dos cursos de MP está longe de se esgotar. Bomfim, Vieira, & Deccache-Maia (2018) trouxeram mais elementos para o debate a respeito dos MPs na área de Ensino e Educação, assumindo uma postura crítica às contradições existentes, mas dispostos a um diálogo que vise seu aperfeiçoamento. O artigo se apresenta como "crítica da crítica" às considerações feitas por Rezende e Ostermann (2015) e Ostermann e , em especial, devido à caracterização generalizada dos MPs como tecnicistas, à leitura que as autoras fazem de que haveria um afastamento dos egressos desses cursos da atuação na educação básica e a uma marca dual no tratamento à pós-graduação, em que pesquisa básica/teórica ficaria a cargo dos MAs e pesquisa aplicada/prática a cargo dos MPs.…”

“…Podemos inferir, a partir dos resultados discutidos até aqui, que o papel a ser assumido pelo MP em Ensino de Ciências do PPGEC/UnB é duplo: contribuição para aprimoramento da prática docente em educação básica e formação de pesquisadores/as na área, o que reforça a importância de se refletir sobre o papel desse e de outros MPs da área na formação de docentes-pesquisadores. Caberia indagar se o Programa tem conseguido romper com o tratamento dual entre pesquisa básica e pesquisa aplicada, criticado pelos colegas do IFRJ (Brandão, Deccache-Maia, & Bomfim, 2013;Bomfim, Vieira, e Deccache-Maia, 2018), ou seja, como tem sido sua contribuição para a formação de professores-pesquisadores, independentemente do nível de ensino em que atuam? Além disso, gostaríamos de refletir sobre a escassez de pesquisas desse tipo (que consideram as expectativas e motivações dos professores) no rol de trabalhos relacionados ao MP.…”