A polêmica instituída entre ensino de evolução e criacionismo: dimensões do público e do privado no avanço do neoconservadorismo

Avaliação de Objetos de Aprendizagem (OA) sobre Evolução Biológica (EB) a partir da Teoria da Carga Cognitiva (TCC)

“…Além de todas as dificuldades inerentes ao ensino de EB, relacionadas à complexidade do assunto e de sua compreensão, percebem-se atualmente iniciativas com objetivo de minar não apenas a EB, como a ciência e a legitimidade de seus conhecimentos. São recorrentes as tentativas de algumas denominações neopentecostais de impor sua visão de mundo religiosa, a partir da inserção de explicações criacionistas para a Origem da Vida e a Diversidade Biológica no ensino de Ciências e Biologia (MARTINS, 2001;SELLES, 2016).…”

Dificuldades Em Ensinar Evolução: Uma Abordagem Centrada Na Teoria Dos Sistemas

“…Correntes sócio-ideológica-partidárias, dominadas por ideais conservadores, defendem uma intervenção direta na estrutura curricular e no bloco de conteúdos direcionados para a formação integrada dos estudantes, com a priorização do ensino religioso em detrimento do ensino da teoria evolutiva e outros temas que direcionam para a promoção da igualdade de condições, como o gênero e homossexualidade. Selles (2016) fez uma recente análise do fenômeno no Brasil e apresentou um ponto de vista preocupante. Para ela, as recentes discussões direcionadas ao currículo escolar brasileiro estão enraizadas em uma disputa de interesse de diferentes grupos sociais, impulsionados por ideais político-partidários, e que podem trazer consequências graves para a consolidação do pensamento científico e evolutivo dos estudantes, bem como gerar uma perda da autonomia dos professores e da própria escola.…”

A Vida, Suas Origens E as Representações De Alunos Do Ensino Médio: Uma Análise De Suas Potenciais Implicações No Ensino De Ciências

“…Tal fato se explica pela grande proximidade do tema com questões religiosas, o que tão comumente gera discussões e para alguns professores é desconfortável por não possuírem domínio razoável sobre o conteúdo ou por não aceitarem discussões de cunho religioso em aulas de Ciências (SELLES, 2016 Apesar da referida Lei não estar mais em vigor, este fato nos mostra o quanto devemos nos alertar quanto a outros projetos de Lei que estão em pauta, como o "Programa Escola Sem Partido" (Projeto de Lei N. 867, de 2015), que se for posto em ação põe em risco a autonomia e a liberdade do professor para discutir determinados temas considerados doutrinadores com a questão de gênero e também a origem da vida, podendo impactar na construção do currículo de Ciências e no planejamento das aulas. De acordo com o projeto de Lei deveria ser fixado nas salas de aula um cartaz com as seguintes informações: Art.…”

“…A relação escusa dos alunos com o tema acaba, mesmo que despropositadamente, endossando o atual e crescente movimento neoconservador, como o que apoia o Projeto de Lei N. 867, de 2015, "Programa Escola Sem Partido", que ameaça o estudo da origem da vida por considerar ser um mecanismo de doutrinação que fere os valores religiosos dos alunos e de suas famílias (SELLES, 2016). Ambos não percebem que o acesso às diferentes teorias e formas de conhecimento é um direito do aluno e uma oportunidade de desenvolver o senso crítico, até mesmo para que este possa, de alguma maneira, ampliar seus argumentos para melhor defender seu ponto de vista.…”