Formação e atuação de nutricionistas dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família

Abstract

ObjetivoO presente trabalho tem como objetivo analisar a formação acadêmica e a atuação profissional de nutricionistas dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família de Goiás. MétodosTrata-se de estudo descritivo e exploratório, de corte transversal, realizado com nutricionistas atuantes naqueles Núcleos. Para coleta de dados foi utilizado um questionário autoaplicável, com questões abertas e fechadas, elaboradas para caracterizar os nutricionistas, sua formação acadêmica e atuação profissional. ResultadosParticiparam da pesquisa 22 nutricionistas do sexo feminino, representando 88,0% do total. Destas, 59,1% possuíam menos de três anos de formadas; 13,6% fizeram especialização em Saúde da Família e apenas 27,3% sentiam-se capacitadas para a atuação profissional mediante reflexão sobre a realidade socioeconômica, política e cultural do território. Em relação à atuação, 80,0% foram contratadas em caráter temporário, o que pode comprometer o vínculo entre o profissional e a população. Ainda, 36,4% atuavam há menos de 1 ano; 18,2% foram capacitadas antes do início das atividades; e 59,1% sentiam-se pouco capacitadas para trabalhar nos núcleos. Apenas 9,1% das participantes discutiam sobre matriciamento nas reuniões e utilizavam referências sobre a ferramenta. O trabalho em equipe foi apontado como facilitador das ações realizadas, e o não conhecimento do papel dos Núcleos como um fator que dificulta. ConclusãoOs nutricionistas dos Núcleos possuem pouca experiência profissional, sentem-se pouco qualificados para atuar em saúde da família e apresentam dificuldades de compreensão da realidade social, pois a formação acadêmica não proporcionou segurança para atuação na área, assim como é precário o conhecimento sobre os Núcleos.Palavras-chave: Atenção Básica à Saúde. Nutricionista. Recursos Humanos.Nutri9.pmd 9/3/2015, 18:44 207

Profile and performance of nutritionists in Primary Health Care

“…These findings are in agreement with those of previous researches [9,16,22] and are indicative of a fragmented work process that is focused on actions at the individual level and restricted to the physical limits of the health unit, as previously mentioned [18]. It is important to emphasize that at the family and community level, established as a priority in the nutritionist's role in Primary Care, the development of nutritional care protocols and the participation of therapeutic plans may represent an excellent opportunity for interdisciplinary practices suitable for identifying risk situations, recognition of the territory and interaction with other levels of care [23].…”

“…The small number of nutritionists, especially those enrolled in FHSC, who indicated having participated in training to work in the PHC, in the nutrition actions directed to the Primary Care and in the child's health converges with previous reports [18][19][20]. However, complementary analyzes of the current study did not identify differences in the knowledge of technical materials nor in the performance of actions of the nutrition area among those with and without graduate courses (data not shown).…”

“…Regarding the demographic profile, the predominance of female nutritionists and in the age groups between 20-39 years is comparable to that verified in other studies, which revealed the feminization of the profession and the performance of young adults [9,[16][17][18]. This profile may be related to the cultural connotation, in Brazil, of the role of women as caregivers [19] and the short time of existence of the profession [16].…”

“…The lack of training may be related to the precarious and temporary contracting of nutritionists, which, in turn, may lead them to exercise the profession in other places or areas of activity, characteristics found both in this (nine had another employment relationship) and in other studies [18,20]. Negative consequences may arise from these labor characteristics, such as demotivation and turnover of professionals, difficulties in permanent education processes, weak bonds with the population and with the health team, and discontinuity of actions, which may impair the effectiveness of the FHS [18,20].…”

“…It is incumbent upon FHSC nutritionists to provide matrix support to Primary Care teams for the expansion and improvement of care through interdisciplinary work, with experiences that have shown difficulties related to understanding the role of the FHSC and matrix support, as well as the development of activities of articulated form [9,18,23]. According to the FHSC creation, food and nutrition actions should be directed toward the promotion of healthy eating and attending to the greatest care needs [5], however, it seems to be an important reflection on this action so that professionals can structure processes with less individualizing and technicist practices [9].…”