2000
DOI: 10.1590/1415-47142000004004
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As relações entre psicose e periculosidade: contribuições clínicas da concepção psicanalítica da passagem ao ato

Abstract: O presente artigo trata da questão da periculosidade na psicose à luz das formulações clínicas de Jacques Lacan sobre a passagem ao ato, presentes no seminário proferido sobre o tema da angústia, em 1962/1963. Com este aparato teórico, examinamos a passagem ao ato na psicose, levando em conta suas condições de realização, seus efeitos e suas relações com a periculosidade.

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“…Eles negavam os princípios básicos do contrato social e a existência da racionalidade intrínseca ao ser humano, considerando que os crimes não eram praticados por indivíduos enquadrados nos clássicos perfis da loucura. Os alienistas passaram a atuar em prol do bom funcionamento da máquina judiciária, na resolução de ações criminosas cometidas por indivíduos que aparentemente não eram loucos (Mattos, 1999;Dutra, 2000).…”
Section: A Relação Entre O Crime E Loucuraunclassified
“…Eles negavam os princípios básicos do contrato social e a existência da racionalidade intrínseca ao ser humano, considerando que os crimes não eram praticados por indivíduos enquadrados nos clássicos perfis da loucura. Os alienistas passaram a atuar em prol do bom funcionamento da máquina judiciária, na resolução de ações criminosas cometidas por indivíduos que aparentemente não eram loucos (Mattos, 1999;Dutra, 2000).…”
Section: A Relação Entre O Crime E Loucuraunclassified
“…O próprio conceito de doença mental e de loucura tem sido revisado no decorrer do tempo, acompanhando as mudanças do mundo em relação aos valores, aos avanços científicos e aos novos entendimentos técnico-científicos da área da saúde. Dutra (1999) refere que a associação entre loucura e periculosidade deu-se à época do Iluminismo, na chamada Idade da Razão na Europa, quando os alienados ("loucos") eram arbitrariamente excluídos do convívio social por serem considerados inaptos a participar produtivamente da sociedade (Lancetti & Amarante, 2006). A pessoa considerada desprovida de razão, irracional, aproximava-se da ideia de animalidade e, consequentemente, de periculosidade; as manifestações dos loucos, em seus atos e expressões, eram julgadas moralmente pela sociedade e por serem interpretadas como sendo impulsivas e agressivas, o sujeito em desrazão era concebido como potencialmente perigoso e antissocial.…”
Section: Introductionunclassified
“…Ainda hoje, segundo Dutra (1999), pessoas diagnosticadas com transtornos mentais são, por vezes, representadas pelo imaginário popular como perigosas e ameaçantes à integridade social.…”
Section: Introductionunclassified
“…Além do que foi exposto, Bandeira et al 2005e Dutra (2000) referem que durante o processo de formação de estudantes que realizam estágios na área de Saúde Mental, há aspectos importantes a serem considerados. Para esses autores, pessoas com transtornos mentais tendem a ser representadas pelo imaginário popular como perigosas e ameaçantes à integridade social.…”
Section: Introductionunclassified
“…Desse modo, os estudantes podem vislumbrar a própria atuação nos estágios na área da Saúde Mental com uma expectativa negativa, geradora de insegurança e de ansiedade (BANDEIRA et al, 2005;DUTRA, 2000). Isto pode interferir no processo de aprendizagem e, portanto, essa questão deve ser analisada com cautela.…”
Section: Introductionunclassified