O presente artigo tratar-se-á de uma reflexão, à luz da psicanálise, sobre como o tratamento psicoterápico de orientação analítica pode auxiliar na construção da subjetividade de crianças que chegam a atendimento com diagnóstico de transtorno do espectro do autismo. A teoria será ilustrada com um fragmento de um caso, referente a uma criança de quatro anos de idade atendida pela autora, que chegou com diagnóstico de transtorno global do desenvolvimento. Buscou-se auxílio no referencial psicanalítico sobre o trabalho com crianças com problemas de desenvolvimento, principalmente nos Indicadores clínicos de risco para o desenvolvimento infantil (IRDI). Pode-se considerar que o investimento desejante é essencial para um psicoterapeuta de orientação psicanalítica que atua com crianças com entraves em sua constituição psíquica. Vê-se que é necessário romper com o diagnóstico fechado e patologizante e apostar na constituição psíquica.