Os pais da psicanálise com crianças

Abstract

Durante meio século, a história da psicanálise com crianças guiou-se pelas linhas mestras estabelecidas no Colóquio sobre análise infantil, que em 1927 entronou Melanie Klein e Anna Freud como suas genuínas mães. Um dos efeitos que se produziram foi a psicanálise com crianças se haver consagrado como um campo de mulheres. Contudo, anteriores a essas mulheres, estão os que podemos considerar os pais da psicanálise com crianças — mas que não foram reconhecidos como tais. Entre eles, Karl Abraham, Carl Jung e Max Graf. O que se esconde nesse apagamento? Que efeitos isso teve na prática psicanalítica com crianças? O artigo levanta a hipótese de que a fantasia do pai sedutor dissuadiu os homens de se aventurarem nesse campo.

O laço professor-aluno com entraves estruturais e a construção de um coletivo

“…Observe-se que não se está falando aqui de tempos evolutivos, mas de determinadas operações de estruturação psíquica. Na perspectiva lacaniana, estas operações implicam transposições que operam de modo descontínuo (Gueller 2020;Bernadino 2004;Sigal, 2002). A criança que chega à escola se torna um aluno.…”