A depressão pós-parto em mulheres que sobreviveram à morbidade materna grave

Abstract

Resumo Introdução A morbidade materna grave é cada vez mais conhecida como um indicador útil de segurança e de qualidade do cuidado materno e pode afetar a saúde mental da mãe. Objetivo Avaliar a relação entre a morbidade materna grave (near miss) e os sintomas da depressão pós-parto. Método Estudo descritivo de coorte prospectivo. A amostra foi constituída por 549 mulheres puérperas em duas maternidades públicas do Estado de Sergipe. Foi aplicada a Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS) para identificar os sintomas de depressão no pós-natal. Para a análise estatística, aplicaram-se os testes do Qui-quadrado, de U-Mann-Whitney e o coeficiente de correlação de postos de Spearman, e considerou-se o nível de significância de α ≤ 0,05%. Resultados 156 (56%) das mães expostas à MMG/NM e 45 (17%) das não expostas revelaram forte associação com depressão pós-parto e maior chance (ORC: 24,0; IC95%: 7,23-79,7) de desenvolvê-la. Conclusão A MMG/NM tem impacto negativo na saúde mental da mulher e eleva a sua vulnerabilidade para a doença mental. É fundamental para a qualidade da assistência materno-infantil a implantação de políticas públicas que assegurem prevenção e estratégias de enfrentamento.

Algumas considerações da psicologia sobre a depressão pós-parto: uma revisão integrativa

“…É considerada uma forma não patológica de ansiedade mental, pois é uma resposta a estímulos externos ao indivíduo. No caso dos sintomas, além das queixas psicossomáticas, a depressão inclui um conjunto de eventos que podem incluir nervosismo, choro frequente, sensação de fraqueza e desespero, falta de energia e motivação, falta de atenção sexual, distúrbios do sono e alimentação, sensação de incapacidade de lidar com novas situações (Silveira et al, 2018).…”

“…Entre os fatores que contribuem para o desenvolvimento da depressão pós-parto estão mães com baixa escolaridade que moram sozinhas e sem um parceiro que as apoie, multigesta que já fizeram ou fazem consumo de álcool e/ou cigarro, que já foram expostas a uma crise de extremo estresse ou que já tem histórico de depressão em familiares. Para tanto, uma equipe multidisciplinar deve ser treinada para realizar a detecção adequada e precoce dos sintomas depressivos, de forma que as Research, Society andDevelopment, v. 11, n. 16, e177111638033, 2022 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v11i16.38033 3 intervenções ocorram em tempo hábil e as consequências negativas dos transtornos mentais durante a gravidez sejam minimizadas (Silveira et al, 2018).…”

Fatores De Risco Associados À Depressão Pós-Parto: Revisão Integrativa / Risk Factors Associated With Postpartum Depression: Integrative Review

“…Outro fator importante é a ausência do acompanhamento do pré-natal, segundo Silveira et al (2018) o pré-natal pode evitar intercorrências e agravos para a mãe e o feto, nessa perspectiva se estabelece a necessidade de avaliar os fatores de risco que podem contribuir para o surgimento de depressão no período pós-parto, adotando uma abordagem humanizada, intervindo nas diferentes situações a fim de se estabelecer uma atenção sistemática das pacientes.…”

Consequências e fatores predisponentes dos transtornos puerperais/ Consequences and predisposing factors of puerperal disorders

“…Mulheres que sofrem de morbidade materna grave tem aumento significativo na chance de desenvolver um quadro de transtorno afetivo puerperal. Complicações como hemorragia puerperal, doença hipertensiva específica da gravidez, eclâmpsia, histerectomia, insuficiência respiratória e necessidade de cuidados intensivos, além das patologias que colocam em risco o neonato, acarretam uma descarga estressora grande na mãe, o que torna as personagens ainda mais vulneráveis ao adoecimento mental (Silveira et al, 2018). Ainda sobre o elemento da rede de apoio é interessante citar o cuidado dos profissionais de saúde, que são instrumentos cruciais e devem escutar as queixas, orientar, sanar dúvidas e estar atentos aos sinais de alarme perante um possível caso de depressão materna.…”