A pandemia da COVID-19 e o trabalho docente: percepções de professores de uma universidade pública no estado de São Paulo, Brasil

Abstract

Resumo A pandemia da COVID-19 exigiu a reestruturação dos modelos educacionais nas universidades, incluindo a rápida transição para o ensino remoto. Realizamos uma pesquisa qualitativa com o objetivo de compreender a percepção de professores universitários sobre os efeitos da pandemia da COVID-19 para a rotina de trabalho e para a saúde dos docentes de uma universidade pública no estado de São Paulo. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 17 docentes de cursos de graduação das ciências humanas, biológicas e exatas, entre agosto e setembro de 2020. As entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra. Da análise de conteúdo, quatro categorias temáticas emergiram: (1) mudanças na rotina de trabalho e seus impactos, incluindo a adaptação ao trabalho remoto e dificuldade em estabelecer limites entre trabalho e rotina pessoal; (2) alterações na dinâmica entre professor/alunos e possibilidade de repensar a prática docente; (3) relação dos docentes com a universidade, o processo de tomada de decisões, suporte para a transição ao ensino remoto e preocupações com a qualidade do ensino; e (4) angústias e medos relacionamos à pandemia que se somaram aos estressores do trabalho. Os resultados ressaltam a necessidade de ações direcionadas à gestão educacional, às dinâmicas comunicacionais e à saúde mental.

Visão de professores universitários sobre qualidade vocal no período de pandemia Covid-19: aporte da classificação internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde

“…Assim, docentes viram-se frente a uma realidade diferente do habitual, obrigando-os a adaptarse a reuniões realizadas em plataformas digitais, buscando novos meios de interação com colegas de profissão e alunos, além de meios ergonômicos adequados (MATIAS et al, 2023).…”

“…Acerca de situações, intrínsecas e/ou extrínsecas aos sujeitos, que podem ocasionar distúrbios vocais, destaca-se o período de pandemia relacionado à COVID-19. Decorrente de situações desse período, como necessidade de distanciamento físico/social para conter o avanço da doença Sars-Cov-2, os docentes viram-se obrigados a adaptarem a novos métodos de ensino, como aulas remotas, além de gravações de videoaulas e áudios (IRALA, 2021;MATIAS et al, 2023).…”

“…Frente à iminência que se fez necessária para a nova posição de trabalho, docentes, em geral, não obtiveram treinamentos indicados em relação à readaptação vocal (IRALA, 2021;MATIAS et al, 2023), e muitos não possuíam nos seus domicílios infraestrutura ou equipamentos que permitissem exercer a profissão sem ocasionar danos para a própria saúde. No caso de uso da voz em condições ergonômicas incorretas ou sem treinamento vocal adequado, o sujeito pode utilizar modos incorretos de ajustes musculares, associado à postura corporal incorreta, acarretando tensão excessiva da musculatura laríngea e, assim, resultando em fadiga vocal e dores musculoesqueléticas na região da laringe (FARÍAS, 2018).…”

El Cuidado Humano en La Actividad Comunitaria

“…Nesse sentido, todos os níveis de educação tiveram que se adaptar ao distanciamento social e optaram para modalidades de ensino a distância, sendo um grande desafio para os alunos e professores. Assim, esse período foi marcado por um contexto atípico, com medos, incertezas, cobranças e expectativas de volta à normalidade (Matias, 2023) (Rosa, 2022).…”

Lazer Antes e Durante e Trabalho Docente Durante a Pandemia de Covid-19

“…Diversos estudos (GHANDOUR et al, 2020;KITA, YASUDA;GHERGHEL, 2022;ELSHAMI et al, 2021; PEDROZO-PUPO; PEDROZO-CORTÉS; CAMPOS-ARIAS, 2020) se concentraram nos impactos da pandemia de COVID-19 na saúde mental população, o que não foi diferente com os professores universitários (NABE-NIELSEN et al, 2022;CARRASCO et al, 2022;GOMES et al, 2021;SANTOS;BELMONTE, 2020;MATIAS et al, 2023;FREITAS et al, 2021), apontado essa dimensão da saúde como uma das mais afetadas pela pandemia. Para enfrentar e minimizar esses impactos, foi importante buscar atividades que trouxessem prazer e bem-estar e que pudessem ser realizadas no tempo livre, mesmo dentro das limitações impostas pela pandemia (CONCEIÇÃO, 2021).…”