Análise da tendência da mortalidade por HIV/AIDS segundo características sociodemográficas no Brasil, 2000 a 2018

Abstract

Resumo A investigação analisou a tendência da mortalidade por HIV/Aids segundo características sociodemográficas nos estados brasileiros entre 2000 e 2018. Estudo ecológico de série temporal das taxas padronizadas de mortalidade por Aids geral, por sexo, faixa etária, estado civil e raça/cor. Foi utilizado o modelo linear generalizado de Prais-Winsten. Os resultados do estudo evidenciaram que os estados com as maiores taxas foram Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. A tendência foi crescente nas regiões Norte e Nordeste. Os homens tiveram taxas mais elevadas quando comparados às mulheres e à população geral. Quanto às faixas etárias, as mais avançadas mostraram tendência a crescimento. A análise de acordo com o estado civil evidenciou taxas mais elevadas entre os não casados e tendência a crescimento concentrada nesta população. De acordo com raça/cor, identificou-se que os negros apresentaram maiores taxas, exceto no Paraná, e a tendência foi majoritariamente crescente. A mortalidade por HIV/Aids apresenta tendências distintas segundo as características sociodemográficas, verificando-se necessidade de ações de prevenção e cuidado aos homens, adultos, idosos, não casados e negros em vista de mudança no perfil da mortalidade.

Análisis de la hospitalización y la mortalidad por VIH en Brasil, 2016-2020

“…Quando comparadas as variações percentuais de 2016 e 2020, as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul apresentaram os maiores decréscimos nos coeficientes de mortalidade, ao passo que as regiões Nordeste e Norte apresentaram as menores quedas, respectivamente. Esses achados estão em consonância com um estudo que analisou a tendência das taxas de mortalidade no Brasil, por HIV, no qual o Sul, Sudeste e Centro-Oeste apresentaram redução ou estabilidade, enquanto o Norte e Nordeste apresentaram variações crescentes (7) , podendo esse cenário estaratrelado aos indicadores de saúde, educação e renda nessas regiões (20) .…”

“…No Brasil, só em 2019, foram registrados mais de dez mil óbitos tendo a Aids como causa básica (1) . Esse cenário corresponde a uma complexa problemática que requer investigação e planejamento, visando estratégias para sua superação (7) .…”

Mortalidade relacionada a infecção por HIV/AIDS na adolescência no estado do Paraná de 2011-2020

“…Em relação a escolaridade de 8 a 11 anos de estudo, este período coincide com a transição do ensino fundamental e o início do ensino médio, bem como com início da vida sexual da maioria dos jovens (Cunha, et al, 2022).…”

Mortalidade pelo vírus da imunodeficiência humana: uma análise da prática da Classificação Internacional de Doenças

“…Outros estudos nacionais reiteram que os homens são os mais acometidos pelo HIV e os que mais evoluem para o óbito, mostrando que Rondônia corrobora com o restante do país. A justificativa principal para esse dado é o diagnóstico tardio da doença levando a uma maior possibilidade de evolução para uma fase mais avançada, associado ao abandono do tratamento ou início tardio (Cunha, Cruz & Pedroso, 2022;Silverberg et al, 2009), bem como a sua associação com outras comorbidades (Pourcher et al, 2020;.…”

“…A população parda se constitui a maioria da população brasileira, a partir do processo de miscigenação, cuja tendência na Região Norte, onde se localiza Rondônia. Está associada, ainda, com o grau de vulnerabilidade a que essa população se mantém exposta, principalmente ao se comparar com a população autodeclarada branca (Cunha, Cruz & Pedroso, 2022;Silverberg et al, 2009).…”