Condições de vida, trabalho e acesso aos serviços de saúde em trabalhadores agrícolas e não agrícolas, Brasil, 2013

Abstract

Resumo No Brasil, o crescimento do agronegócio em detrimento da agricultura familiar ocorreu ocultando danos sociais, ambientais e à saúde humana. Objetivou-se comparar as condições de vida, de trabalho e o acesso aos serviços de saúde, entre trabalhadores agrícolas e não agrícolas. Utilizaram-se os dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) sobre condições de vida e trabalho, características sociodemográficas, econômicas e de acesso aos serviços de saúde de uma amostra representativa da população ocupada brasileira. Empregou-se o teste qui-quadrado de Pearson, com nível de significância de 0,05, considerando-se o desenho complexo da amostragem. Os trabalhadores agrícolas apresentaram piores condições de vida, menor poder aquisitivo, maior exposição à radiação solar e agentes químicos e maior frequência e gravidade de acidentes de trabalho em comparação aos não agrícolas. A população agrícola teve maior cobertura da ESF, buscou atendimento médico no SUS para tratar doenças, enquanto a não agrícola, buscou atendimento médico privado para ações preventivas. As diferenças encontradas entre esses trabalhadores implicam em padrões de adoecimento distintos e definem necessidades de saúde específicas.

Cassava flour production, COVID-19 and Food Security: the repercussions for family farmers in the Recôncavo Baiano Region

“…Among the producers, 32.6% (n=28) had two forms of water supply. In the findings of Nogueira et al (2021), wells and cisterns were also prevalent among rural workers. In a previous study, together with flour producers in the Copioba Valley, in the municipalities of Maragogipe, Nazaré and São Felipe, no participant reported having public network water supply in their homes (Silva, 2014).…”

Morbidades autorreferidas e estilos de vida em trabalhadores agrícolas e não agrícolas no Brasil: uma análise comparativa entre 2013 e 2019

“…O primeiro consistiu na seleção das unidades primárias de amostragem (UPAs) constituídas por um ou mais setores censitários; no segundo estágio foram sorteados os domicílios, e no terceiro foi eleito um morador adulto (18 anos ou mais de idade em 2013, e com 15 anos ou mais de idade em 2019) de forma aleatória em cada domicílio sorteado. 14 . Para fins de comparação com os dados de 2013, a PNS de 2019 manteve o uso dos três questionários: o primeiro referente às características do domicílio, o segundo sobre os moradores do domicílio e o terceiro com informações do morador selecionado para participar da pesquisa.…”

“…Utilizou-se o modelo de regressão de Poisson para cálculo das razões de prevalências brutas e ajustadas por sexo e idade. O ajuste ocorreu porque a distribuição etária e de sexo em trabalhadores agrícolas e não agrícolas é desigual 14 . Além disso, homens e mulheres apresentam comportamentos de risco e padrões de adoecimento por DCNT distintos, sendo o sexo um potencial confundidor dessa relação [23][24][25] .…”

“…Estudos nacionais reforçam esses achados 28,43,44 . Soma-se a isso a dificuldade de acesso e uso dos serviços de saúde em áreas menos desenvolvidas 45 , como as regiões agrícolas 14 . Aspectos relacionados ao acesso e à cobertura de saúde são reconhecidos como componentes da AAS não boa entre os indivíduos 26,46 .…”

“…Estudos sobre a saúde dos trabalhadores agrícolas ainda são escassos no país. Dando continuidade ao estudo das populações agrícolas, tendo em vista publicação anterior que avaliou as desigualdades nas condições de vida, trabalho e acesso aos serviços de saúde 14 , o objetivo do presente trabalho foi comparar o padrão de adoecimento e estilos de vida entre trabalhadores agrícolas e não agrícolas nos anos de 2013 e 2019.…”