Violência contra a mulher na vida: estudo entre usuárias da Atenção Primária

Abstract

Resumo O objetivo deste artigo é estimar a prevalência e os fatores associados à violência praticada por parceiro íntimo, ao longo da vida, entre as usuárias da Atenção Primária. Estudo transversal com mulheres de 20 a 59 anos. O rastreio das violências foi feito pelo instrumento da Organização Mundial da Saúde. Regressão de Poisson foi utilizada para análise bruta e ajustada. Participaram 991 mulheres. As prevalências de violência, ao longo da vida, foram: psicológica 57,6% (IC95%: 54,6-60,7); física 39,3% (IC95% 36,2-42,3) e sexual 18,0% (IC95% 15,7-20,5). Mulheres com até oito anos de estudo, divorciadas ou separadas, cujas mães sofreram violência por parceiro íntimo, que relataram uso de drogas e vivenciaram a violência sexual na infância apresentaram maiores prevalências das três violências. A religião esteve associada às violências psicológica e sexual e o uso de cigarro às violências física e psicológica. Participantes de menor renda familiar tiveram maiores prevalências de violência física. Elevada prevalência de violência cometida pelo parceiro íntimo ao longo da vida entre as usuárias. Piores condições socioeconômicas, comportamentos de risco e histórico de agressão estão associados à maior ocorrência deste agravo.

Violência contra mulheres: conhecimento e preparo de profissionais da atenção básica de saúde em um município no sudeste do Pará

“…Diante disso, a maioria dos profissionais participantes considera que a mulher é mais desrespeitada em casa, consideração esta que estar de acordo com os dados do Atlas da Violência (Ipea, 2020) que relata que houve um aumento de casos de violência dentro da residência da vítima na última década. Sendo assim, para esta vítima romper com o medo de contar sobre a violência sofrida dentro de casa para o profissional é muito mais difícil, pois ela possui um vínculo domiciliar com o agressor (Santos et al, 2020), desta forma cabe ao profissional estar atento aos sinais de violência e construir um bom vínculo com esta paciente (Arboit, Costa, Silva, Colomé & Prestes, 2018), para que ela seja acolhida de maneira integral no âmbito da APS.…”

“…Nesse sentido, a violência sexista não cabe apenas aos termos legais que degradam os direitos de dignidade humana, mas também entra no campo da saúde, visto que há prejuízos físicos, mentais e sociais, considerando qualquer agravo à qualidade de vida como parte de sua atuação. Sabendo que há altas prevalências de violência doméstica entre as usuárias da atenção primária os profissionais da área devem estar capacitados para o atendimento das vítimas de agressão (Santos, Leite, Amorim, Maciel & Gigante, 2020).…”

“…Dentre os diversos agravos à saúde, a violência ocasiona prejuízos biológicos, como lesões de órgãos e deformidades, psicológicos, como a depressão, e sociais, como o isolamento, afetando todos os níveis de saúde desta mulher. Nesse sentindo, o papel da Unidade Básica de Saúde (UBS) ganha notoriedade, pois tem a capacidade de reconhecer, notificar, tratar e encaminhar os casos de violência doméstica, sendo a principal porta de entrada da rede de atenção à saúde (Holanda, Holanda, Vasconcelos, Souza & Galvão, 2018;Santos, Leite, Amorim, Maciel & Gigante, 2020).…”

Violência Psicológica Contra a Mulher Perpetrada Pelo Parceiro Íntimo Na Vida E No Último Ano

“…No Brasil, a prevalência de violência física foi estimada em 58,6% ao longo da vida e para a ocorrência nos últimos 12 meses em 32,0% em Brasília . Em Vitória (ES) a prevalência de violência física entre mulheres usuárias da atenção primária foi de 39,3% ao longo da vida (SANTOS, 2017).…”

Tecnologia Educacional Para a Prevenção Da Violência Contra Mulheres

“…Uma pesquisa realizada no ano de 2013 demonstrou que 43% das adolescentes a partir de 15 anos declararam ter sofrido violência praticada por um homem, sendo um membro da família ou parceiro, um terço admitiu ter sofrido alguma forma de violência física, 13% sexual e 27% psicológica (SANTOS et al, 2020). Percebendo que os casos de violências se iniciam na adolescência, a cartilha será realizada para auxiliar estas meninas a identificar como elas ocorrem no cotidiano.…”