Fatores biopsicossociais associados com a incapacidade em idosos com dor lombar aguda: estudo BACE-Brasil

Abstract

Resumo Este estudo transversal avaliou a associação de fatores biopsicossociais com a incapacidade em idosos com um novo episódio de dor lombar aguda. Foram incluídos idosos com um novo episódio de dor lombar aguda e excluídos aqueles com alterações cognitivas e deficiências motoras graves. A incapacidade foi avaliada pelo Roland Morris Disability Questionnaire. Os fatores biopsicossociais (variáveis clínicas, funcionais, estado de saúde, psicológicas e sociais) foram avaliados por um questionário estruturado multidimensional e exame físico. Regressão linear multivariada foi utilizada para análise dos dados com significância estatística de 0,05. Participaram 386 idosos com média de idade de 71,6 (±4,2) anos e incapacidade de 13,7 (±5,7) pontos. A análise de regressão linear multivariada identificou que pior saúde física e mental (avaliados através do SF-36), baixa autoeficácia em quedas, dificuldade para dormir por causa da dor, piores níveis de cinesiofobia, maiores índices de massa corporal, presença de rigidez matinal na coluna lombar, maior intensidade de dor, sexo feminino e pior mobilidade funcional foram significativamente associados com incapacidade (p < 0,05). Incapacidade relacionada à dor lombar está significativamente associada com piores condições biopsicossociais de saúde em idosos.

Prevalência da lombalgia e sua repercussão anatomofuncional em adultos e idosos: Revisão sistemática

“…Identificou-se que a incidência de lombalgia acomete predominantemente o sexo feminino com faixa etária superior a 40 anos 2,4,9,10 , e o sexo masculino, de menor prevalência, predomina entre 31 a 59 anos 1 . Os dados epidemiológicos em relação à idade corroboram com os achados dessa revisão cujo predomínio entre homens localizam-se acima de 40 anos e nas mulheres entre 50 a 60 anos [11][12][13][14][15][16][17][18][19] , ou seja, em termos etários a queixa inicia-se precocemente em homens.…”

“…Neste último, a lombalgia associa-se a tumores, traumas vertebrais por osteoporose, infecções, estenose do canal medular e lombalgia mecânica 22 . Por consequência, a lombalgia em idosos causa dificuldade para dormir, rigidez na coluna lombar principalmente matinal, mobilidade funcional diminuída, pior saúde física, cinesiofobia, auto índice em quedas 13 .…”

Prevalence and Factors Associated With Nonspecific Low Back Pain in Nursing Workers

“…34 There seems to be a vicious cycle where the occurrence of low back pain and functional disability can lead to the intensification of psychological distress, worsening the mental health state. 35 In addition, stressors in the physical and psychosocial work environment act negatively on the ability to work. 36 Self-reported insomnia also influenced low back pain.…”

Correlação do nível de incapacidade física com a dor, o equilíbrio e a marcha em idosos com lombalgia crônica: um estudo observacional em uma clínica-escola da cidade do Recife (PE)

“…A lombalgia é definida como uma dor localizada na região entre as últimas costelas e a linha glútea superior (Almeida & Kraycete, 2017;Donatti et al, 2019), sendo esta apontada como a principal causa de incapacidade física entre adultos de qualquer faixa etária, podendo aumentar sua gravidade com o envelhecimento (Da Silva et al, 2019). Dentre os sinais e sintomas presentes, a presença de dor destaca-se como o principal motivo que influencia na diminuição da funcionalidade do idoso.…”

“…A redução da capacidade de equilíbrio, manifesta-se em instabilidade que consequentemente prejudica o padrão de marcha, o que faz com que os idosos reduzam a velocidade da marcha e o tamanho da passada, além de aumentar a base de suporte e o tempo de permanência na fase de duplo apoio, como estratégia para ganho de estabilidade (Cruz-Jimenez, 2017;Nogueira et al, 2017). Diante disso, observa-se que os fatores relacionados à lombalgia crônica nos idosos tem como consequência efeitos negativos, os quais podem influenciar de forma qualitativa a habilidade física desses indivíduos e levar a uma consequente redução da capacidade física, afetando diretamente a habilidade destes de manter sua autonomia, visto que a idade avançada é considerada um fator prognóstico para esta disfunção (Lee et al, 2016;Nasrala Neto et al, 2016;Quintino et al,2017;Da Silva et al, 2019).…”