Estratégias de enfrentamento como indicadores de resiliência em idosos: um estudo metodológico

Abstract

Resumo O enfrentamento, componente de resiliência em idosos, serve a três objetivos: proteção em face de ameaças à adaptação, recuperação dos efeitos das adversidades e desenvolvimento. O objetivo deste artigo é derivar evidências de validade interna e externa para um inventário de enfrentamento. Responderam a medidas de enfrentamento, depressão, autoavaliação de saúde e satisfação com a vida 415 idosos (65 anos e mais). Os scores foram comparados entre si e com gênero, idade e renda. Foram realizadas análises fatorial exploratória e de consistência interna. A análise fatorial resultou em 3 fatores (1. estratégias não adaptativas, 2. adaptativas e 3. desenvolvimento), explicativos de 30,8% da variância. A escala apresentou índice moderado de consistência interna (α = 0.541). Estratégias de desenvolvimento correlacionaram-se positivamente com autoavaliação de saúde e satisfação com a vida, e negativamente com depressão (p < 0,05). A variância explicada e o indicador de validade interna foram modestos, possivelmente, em parte, porque o inventário de enfrentamento não reflete situações específicas da velhice, em parte pela complexidade das relações estratégias-contexto. As correlações encontradas com outros indicadores de resiliência encorajam a realização de novos estudos.

Resilience in elderly people: factors associated with sociodemographic and health conditions

“…Aging is often permeated by adversities and biological, economic and social risks that can affect well-being due to the multiple losses that occur simultaneously or successively (1) . Despite this, many individuals manage to maintain their lives with well-being and contentment, making use of several resources such as resilience (2) .…”

Avaliação do perfil da resiliência e fatores associados em idosos comunitários [Assessment of resilience profile and associated factors in community elderly] [Evaluación del perfil de resiliencia y factores asociados en personas mayores de la comunidad]

“…As alterações na demografia estão relacionadas ao processo de envelhecimento, que é caracterizado como um fenômeno que pode aumentar os riscos biológicos, econômicos, sociais e as adversidades. Paralelo a isso, percebe-se a diminuição dos recursos pessoais e sociais que oportunizam o controle ou enfrentamento dessas alterações, essa redução dos elementos de manejo das situações adversas influencia negativamente aumentando as chances de desenvolver prejuízos ao bem-estar psicológico e a boa qualidade de vida 2 .…”