O uso da escala geográfica na saúde pública: as escalas da leishmaniose visceral

Abstract

Resumo A escala geográfica tem sido amplamente discutida na tentativa de formar um conceito que dê conta de explicar as diferentes realidades do espaço. Nos diversos seguimentos de planejamento em saúde, faz-se uma adoção das categorias e conceitos geográficos sem entender os problemas inerentes à escala geográfica, o que afeta diretamente nas políticas públicas implantadas e, consequentemente, na vida das pessoas. O objetivo deste artigo foi discutir o conceito de escala a partir dos seus diferentes níveis, e debater a dificuldade de articulá-los por meio da atuação dos órgãos de vigilância em saúde pública brasileira que lidam com a leishmaniose visceral. Realizamos uma revisão de literatura para demonstrar como o debate do conceito de escala geográfica com a saúde é ainda incipiente. Utilizamos conceitos geográficos, integrando as políticas municipais, estaduais e nacional sob a ótica da escala geográfica. Dessa forma, acreditamos que seja possível uma articulação dos órgãos dos sistemas de saúde com a sociedade na transposição de escalas, num acontecer solidário, produzindo um sistema de saúde mais eficaz. A discussão não será aqui esgotada, mas permitirá uma reflexão nas opções teórico-metodológicas em pesquisas e em saúde pública.

Epidemiological profile of Visceral Leishmaniasis in Brazil between 2011-2020

“…Adicionando a todos esses parâmetros ainda temos questões socioeconômicas que somam maior criticidade no controle aos aspectos já comumente difíceis de se administrar. Uma visão que surge nos contextos de discussões e abordagens da doença é a que apresenta a escala geográfica, onde os espaços são não apenas definidos a partir de um contexto, mas da sociedade civil, do ambiente, e das esferas municipais, estaduais e nacional, buscando uma dimensão de totalidade onde se ampliam recursos e se melhora o resultado de ações (Matsumoto & D'Andrea, 2019).…”

Spatial, spatio-temporal, and origin-destination flow analyses of patients with severe acute respiratory syndrome hospitalized for COVID-19 in Southeastern Brazil, 2020-2021

“…A significant proportion of cases and deaths were geocoded (94.53%); thus, the analyzed data have great precision of information. It considers the home address (WA) to understand the epidemiological patterns in each municipality, even considering that the disease does not respect municipal limits 40 . Furthermore, for a more detailed analysis, we only used cases confirmed by laboratory tests, accounting for 94.19% of the SPS total cases reported and 94.26% of the SPS residents.…”