TDAH e Ritalina: neuronarrativas em uma comunidade virtual da Rede Social Facebook

Abstract

Resumo O Trantorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) destaca-se por atingir cerca de 5% a 10% da população infanto-juvenil em diversos continentes, sendo a principal opção de tratamento o uso do metilfenidato (Ritalina). Neste contexto, esta pesquisa teve como objetivo compreender como os conteúdos veiculados nas redes sociais (comunidades virtuais) influenciam no modo pelo qual os familiares, membros destas comunidades, entendem o TDAH e o tratamento, bem como lidam com seus filhos com suspeita ou já diagnosticados com TDAH. A pesquisa foi desenvolvida na perspectiva da Antropologia Médica. A etnografia virtual foi elegida como metodologia de investigação para adentrar a uma comunidade virtual da rede social Facebook. Observou-se que a comunidade virtual investigada, constituída por mães de crianças e adolescentes diagnosticados com TDAH, discute principalmente o uso da medicação para tratamento do TDAH em seus filhos. As narrativas indicam que causa muita angústia em algumas mães darem a seus filhos um medicamento controlado. O sofrimento dos pais mediante as dificuldades de lidarem com seus filhos induz a ideia de que há necessidade de uma solução médica, pois vivemos em uma era em que os percalços da vida tornaram-se patologias.

Encuentros entre la antropología médica y la perspectiva de género en Latinoamérica, 2009-2019

“…Las narrativas de terapeutas se han vuelto relevantes para entender las relaciones médico-paciente desde el punto de vista de quienes ofrecen la atención (Margulies 2010). Nuevas herramientas metodológicas, como la etnografía virtual, han permitido identificar la información que circula en redes acerca de una enfermedad específica, como lo hace Fernanda Martinhago (2018) en su etnografía virtual de una comunidad de Facebook que indaga por las narrativas de madres y padres de niños, niñas y adolescentes diagnosticados con trastorno por déficit de atención con hiperactividad.…”

Uma etnografia virtual em um grupo sobre o transtorno bipolar: sociabilidades e saberes produzidos no meio on-line

“…Recomendações que colocam o tratamento médico no centro da lida com a doença estiveram presentes na maioria das pesquisas sobre grupos on-line analisadas 7,[11][12][13][14][15][16] . A despeito das queixas de alguns participantes sobre os efeitos colaterais de alguns medicamentos, a sua manutenção é defendida no grupo do Facebook.…”

“…De modo semelhante ao que Ortega et al 9 e Fox et al 12 constataram em suas pesquisas sobre comunidades on-line, o paciente bipolar se torna especialista de suas dores e oscilações emocionais ao compartilhar experiências e dicas de tratamento na rede. Este intercâmbio envolve não apenas a troca de ideias sobre como manejar os recursos médicos, mas também a expressão de emoções em comum que permitem o apoio mútuo, marca central dos grupos virtuais sobre doenças crônicas e condições psicopatológicas [7][8][9][10][11][12][13][14][15][16] . Considerando essa função essencial, os programas de atendimento poderiam estimular a participação nesses grupos em alguns casos.…”

“…de compartilhamento de experiências, emoções e dicas, propiciando apoio mútuo nas esferas emocional, informacional e social [7][8][9][10][11] . Os próprios pacientes debatem e agenciam o uso de medicamentos entre si 7,11 ou contestam esse recurso 10 . Desse modo, atuam como experts de seu corpo e tratamento, dando forma à figura do leigo/paciente especialista 9,12 .…”

Análise das dificuldades dos docentes relacionadas ao ensino de criança com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

“…O comportamento atípico poderá acarretar perdas significativas no seu processo de desenvolvimento, principalmente no contexto escolar que será o local onde a criança desenvolverá inúmeras competências. Sendo assim, as instituições de ensino cumprem um papel muito importante na vida dessas crianças que possuem uma demanda escolar diferenciada (Martinhago, 2018).…”